Mandato de Luísa Salgueiro “foi fraco, Matosinhos estagnou” – ENTREVISTA A BRUNO PEREIRA (PSD/CDS), com Podcast

Bruno Pereira (Foto DT)

Entrevista a Bruno Pereira, candidato PSD/CDS à Câmara de Matosinhos (com Podcast).

Bruno Pereira, 36 anos, natural de Matosinhos, onde exerce a profissão de advogado. Encabeça a lista à Câmara, pela coligação PSD/CDS – Matosinhos o Futuro É Agora.

Candidata-se porque “Matosinhos é a minha terra”. Não poderia “voltar costas” à terra que o viu nascer, principalmente nestes tempos difíceis de pandemia, e também porque o concelho precisa de se projetar para o futuro, por estar “estagnado” após “46 anos de Partido Socialista”.

Bruno Pereira quer ganhar as eleições, é para isso que se candidata e não para “ser muleta do PS”. Está a par dos problemas e necessidades do concelho, que tem acompanhado muito mais desde que se ligou ao PSD, além de ter assumido algumas vezes neste mandato o cargo de vereador em substituição. O candidato entende que é a “única alternativa credível” à liderança da Câmara Municipal de Matosinhos e que, com exceção da candidata do BE, as restantes candidaturas só procuram “lugares” com estas eleições.

A coligação apresenta candidatos às Juntas de Freguesia “que têm vida no setor privado, temos a coligação devidamente solidificada em todas as freguesias”, assegura Bruno Pereira.

Candidatura pretende mais transparência

O que esta candidatura pretende para Matosinhos é “um município mais transparente, que seja mais atrativo de investimento, que consiga criar riqueza individual nas pessoas que vivem em Matosinhos ou nas empresas”. Bruno Pereira acrescenta que se pretende “criar mais empregos e diminuir as assimetrias existentes entre as diversas freguesias, porque, infelizmente Matosinhos é um concelho a duas velocidades, ou a três, ou a quatro…”

“Esperava mais do mandato de Luísa Salgueiro”, afirma Bruno Pereira, e no que respeita à pandemia, o município “devia ter reagido melhor”. Ainda assim, ressalva, nesta fase “não havia partidos” tendo o executivo acolheu várias propostas sociais do PSD.

“Tivemos várias propostas sociais, a começar em março ou abril, pois a Câmara esteve três semanas completamente parada. Sentimos que era o momento de espicaçar o poder local em Matosinhos”, recorda Bruno Pereira.

 

“Costumava dizer que ela (Luísa Salgueiro) contratava o primo, o pai, o tio, a cunhada, o periquito, o canário…”

 

No que respeita à primeira fase do mandato de Luísa Salgueiro, Bruno considera que “não foi recheado de boas medidas”, mas antes de “tricas e polémicas”. E lembra que “falava-se muito de ajustes diretos, de contratação de empresas ligadas ao PS, a familiares dela. Costumava dizer que ela (Luísa Salgueiro) contratava o primo, o pai, o tio, a cunhada, o periquito, o canário…fazia sempre uma contratação no seio familiar, o que foi por demais notório”.

Em suma, foi um “mandato fraco, Matosinhos estagnou, não houve obra, nada de relevo e dou nota também que houve gastos supérfluos, nomeadamente no que toca ao investimento em associações geridas por gente próxima do PS; dou como exemplo a Casa da Arquitetura, que consideramos que deve ser melhor gerida. Desde 2018 que a CA custa ao município cerca de 6 milhões de euros.”

 

Refinaria – “não aceito lítio enquanto não se fizerem estudos de impacto ambiental”

 

No que respeita ao problema do encerramento da Refinaria Petrogal, Bruno Pereira declara que, caso seja eleito, “já vou tarde”. Para ele, a decisão da empresa é irreversível, até porque a empresa é privada e “deve decidir o que faz”. No entanto, há a ter em conta aqui “um interesse nacional” dado que se trata do fabrico de “certos produtos que só se fazia ali e que são produtos necessários, Portugal até os exportava”.

Na “defesa da economia nacional fazia sentido que esses produtos deveriam continuar a ser produzidos em Matosinhos”, defende Bruno Pereira, que acrescenta que tem reunido com trabalhadores desta indústria e tem também esta preocupação com os recursos humanos.

Quando se diz que aquela área será dedicada a refinaria de lítio, “não aceito enquanto não se fizerem estudos de impacto ambiental, para se apurar se causa problemas de saúde pública ou não”.

Aquela zona pode ser afetada a outras áreas, desde espaço verde a habitação pública, admite o candidato PSD/CDS, o que é urgente evitar é que haja naquele espaço “um casco industrial poluidor”. A Câmara deve “exigir saber as intenções da empresa para aquela zona”, pois afinal são 280 hectares, uma “área gigantesca”.

Quanto aos recursos humanos, o Estado português deve “garantir apoios à requalificação e reintegração profissional” e estes trabalhadores devem “ter direito de preferência na sua admissão noutras indústrias que venham a ser criadas naquela zona específica do concelho”.

 

Como poderá Matosinhos aproveitar eficazmente os fundos do Plano Reestruturação e Resiliência?

 

O candidato da coligação PSD/CDS dá importância à habitação social a custos controlados para que os jovens ganhem raízes no concelho e para que as “jovens famílias não sejam muito oneradas na sua habitação como em concelhos vizinhos”. Caso contrário, o concelho passa a não ter alma e a definhar, queremos que Matosinhos seja “um município amigo das famílias”.

Assim, prioriza o candidato, deverão ser criados jardins e espaços de lazer, jardins de infância para deixar os filhos, mas também espaços para cuidar dos cidadãos mais velhos.

No tocante à mobilidade, Matosinhos tem vários problemas, pelo que Bruno Pereira pretende “criar espaços rodoviários novos de origem municipal, que permitam maior fluxo interno evitando os constantes engarrafamentos”. Para isso também é preciso “acabar com as portagens”, defende o advogado candidato, que alerta: “que não passe pela ideia sequer aumentar o número de pórticos em Matosinhos, pelo contrário”.

É importante requalificar a via norte, a circunvalação, libertar trânsito nas saídas da A28 e ainda completar a ligação de metro desde o Hospital de S. João à Senhora da Hora, considera Bruno Pereira, que ambiciona para Matosinhos a atração de novos investimentos de indústria inovadora e qualificada, mas sempre mantendo a “alma” e o “caráter” do município.

Para esta sua visão de Matosinhos, preparou uma equipa de “gente nova e com ideias diferentes” para conseguir “fazer melhor do que o que se fez nos últimos anos”.

 

Entrevista na íntegra (áudio):

 

 

 

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