Em dois dias, há mais de 70 espaços únicos para explorar em Gaia, Maia, Matosinhos e Porto

De 2 a 3 de julho, o Open House Porto regressa com curadoria de Graça Correia e Joel Cleto. A 7.ª edição far-nos-á (re)pensar as nossas suposições sobre esse lugar com tantos mistérios por desvendar.

“Casa” foi o tema escolhido para a 7.ª edição do Open House Porto, com curadoria de Graça Correia, arquiteta, e Joel Cleto, historiador.

A 2 e 3 de julho o evento vai “(re)visitar a Casa enquanto lar e espaço último de intimidade” enquanto lança também “um olhar mais atento a essas outras Casas comuns – umas mais do que outras – no interior das quais, hoje como ontem, a arquitetura e os arquitetos são decisivos”, afirma a organização.

Esta edição acontece depois de um interregno de um ano e de um evento atípico, em 2021, devido às limitações sanitárias. As mudanças trazidas pela Covid-19 marcaram o modo como olhamos para a nossa casa e, consequentemente, como pensamos no que “Casa” é.

“Ao longo da História, a Casa representa o modo como cada um de nós se vincula ao lugar a que chama seu, um lugar de recordação e de memória, a que Siza Vieira chamou “um arquivo de alteridade”. No entanto, se nos últimos séculos nos habituámos a este nosso lugar de liberdade, hoje sabemos que a Casa pode ser também um lugar de confinamento obrigatório. E sonhamos como poderia ser esse lugar”, explica a curadoria.

Dessa forma, o Open House Porto 2022 pretende refletir “sobre a forma de habitarmos e a arquitetura como proteção, de um tempo agora pós-pandemia”, afirma Nuno Sampaio, diretor executivo da Casa da Arquitectura – Centro Português de Arquitectura, entidade responsável pela produção e organização do evento, em parceria com os municípios visados. “Falamos em habitar espaços íntimos, mas também espaços coletivos, contemporâneos e históricos”, reforça.

Ao todo, são mais de 70 as “Casas” cujas portas se abrem à curiosidade dos participantes no Open House Porto. Algumas “são equipamentos e infraestruturas de usufruto coletivo” e outras “são de acesso mais restrito”, incluindo “espaços bastante concorridos no dia a dia. Mas não para visitas especiais como as que ocorrerão neste fim de semana”, refere Joel Cleto.

Há muitos tesouros à espera de serem descobertos nas cidades da Maia, Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia. De acordo com a curadoria, alguns que receberão visitantes durante o Open House Porto são “equipamentos e infraestruturas de usufruto coletivo”. É o caso, no Porto, da Livraria Lello, Torre dos Clérigos, a Igreja anglicana de St. James ou o Tabernáculo Baptista.

O Open House Porto vai levar curiosos, segundo a curadoria, a “um dos mais antigos e renascentistas parques de lazer da região”: a Quinta dos Bispos, atual Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos. A natureza será uma companhia constante nesta aventura marcada por paragens nos “jardins de origem e inspiração barroca” da Casa da Prelada, no Porto, da Quinta dos Cónegos, na Maia, e do Corredor Verde do Leça, entre Matosinhos e a Maia.

O Open House Porto quer que os visitantes olhem para os espaços pelos quais passam todos os dias sob uma nova luz. “Em 2022, a Casa vai ser apresentada enquanto ideia da sua revisão, mas também como a esperança que nos leva a sair de casa e reencontrar cada cidade enquanto casa coletiva e, nesta, os lugares que sendo públicos e infraestruturais permitem que a cidade funcione enquanto (a nossa) Casa Aberta”, conclui a organização.

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