Energia das ondas na costa Norte portuguesa é potencial cobiçado

Foto: JPedro Martins

A energia das ondas, ainda que embrionária, tem um elevado potencial energético. Os custos e a falta de maturação das tecnologias são alguns dos entraves, mas países como Portugal, Estados Unidos e a China estão a tentar mudar esta situação e afirmar a sua aposta. Até porque o nosso país tem um potencial de cerca de 4 GW de capacidade escondidos nas ondas.

Segundo a AIE (Agência Internacional de Energia), a produção de energia a partir dos oceanos pode ser um grande impulsionador no caminho rumo à neutralidade carbónica, prevista para 2050.

A sueca CorPower Ocean instalou, em 2022, em Portugal, a sua primeira de quatro unidades de produção de energia das ondas.

Localizado a 5,5 quilómetros da costa, na zona da praia da Aguçadoura, Póvoa de Varzim, o HiWave-5 conta com quatro conversões de energia (C4 Wave Energy Converter (WEC). Cada uma destas quatro unidades terá uma potência de 300 kilowatts (kW), o que dará ao parque de energia das ondas uma capacidade total de 1,2 megawatts (MW).

Desde a sua instalação, a empresa sueca esteve focada em testar a eficácia do sistema que garante produzir energia suficiente para alimentar mil habitações, num investimento de 16 milhões de euros.

A empresa está agora pronta para implantar o primeiro dispositivo à escala comercial e começar a produzir eletricidade para a rede portuguesa, considerando os suecos que as condições para “a energia das ondas em Portugal são excelentes”.

As estimativas do Plano Nacional de Energia e Clima de Portugal — atualmente em revisão — indicam que das ondas se possa obter entre 3 a 4 GW de potência.

Mas há outras empresas que pretendem aproveitar o potencial de uma longa linha costeira portuguesa para a geração de eletricidade. Também a israelita Eco Wave Power decidiu por esta aposta. Em 2021, a sua subsidiária portuguesa, EW Portugal – Wave Energy Solution, recebeu uma licença para o projeto piloto que visa instalar e ligar à rede uma primeira unidade de produção de energia das ondas de 1 MW no lado oceânico do quebra-mar da Barra do Douro.

O projeto de 1 MW está previsto para ser a primeira fase de um contrato de concessão de 20 MW celebrado com a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo.

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