Matosinhos quer ligação ao aeroporto até 2026 e justifica metrobus com ligações mais rápidas

Anémona_foto Arquivo

A Câmara Municipal de Matosinhos justificou, na sexta-feira, a opção por um metrobus até ao aeroporto com conexões mais rápidas aos concelhos vizinhos da Área Metropolitana do Porto (AMP), ao invés do que acontece com a estação do Senhor de Matosinhos. A autarquia quer, assim, “uma ligação direta ao transporte metropolitano (no presente) e rede ferroviária (no futuro) na envolvente ao aeroporto”.

O objetivo da Câmara de Matosinhos é “executar até 2026″ a ligação ao aeroporto. Está também em equação a ligação a Leça da Palmeira e Matosinhos. “As prioridades de Matosinhos, no âmbito metropolitano, são as linhas de Bus Rapid Transit (BRT – vulgo metrobus) ao aeroporto e Boavista, e de metro ao polo universitário via São Mamede de Infesta. Não existem condições técnicas e financeiras para inserir outras prioridades que procurem minimizar as deslocações intermunicipais”, refere ainda a nota da autarquia enviada à Agência Lusa.

“A estação de metro do Senhor de Matosinhos dista 35 minutos do centro do Porto, 1h20 da Póvoa [de Varzim] e 52 minutos do centro da Maia. Por sua vez, a envolvente ao aeroporto fica a uma distância de 27, 40 e 35 minutos, respetivamente”, refere a Câmara de Matosinhos em resposta enviada à Lusa. É “essa vantagem comparativa, para além da proximidade, que justifica este estudo preliminar de ligação à rede do Metro a nascente e não a sul”, explica o município.

A Lusa tinha questionado a autarquia, liderada pela socialista Luísa Salgueiro, acerca dos 20 milhões de euros previstos pelo Plano Territorial para uma Transição Justa (PTTJ) de Matosinhos para “infraestruturas de transportes urbanos limpos“, que corresponde à maior dotação dos 60 milhões de euros do plano gizado na sequência do encerramento da refinaria da Petrogal.

Os 20 milhões de euros dizem “respeito ao corredor de transporte público de acesso à área a ceder pela Galp para fins de interesse público (área dedicada à ciência e tecnologia, dinamizada pela Universidade do Porto) de forma a aumentar a competitividade daquela área industrial afetada pelo encerramento das fábricas do Complexo Petroquímico”.

A antiga refinaria de Matosinhos vai dar lugar a uma cidade da inovação ligada às “energias do futuro”, no âmbito de um protocolo de cooperação entre a Galp, a Câmara de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

A autarquia confirmou ainda que “o investimento” de 20 milhões de euros “terá de ser suficiente“, quando questionada se haveria mais verbas destinadas ao BRT – vulgo metrobus.

A autarquia disse ainda que “a Metro do Porto está a trabalhar na expansão da rede metropolitana, articulando com a rede existente na Maia, Gondomar, Gaia, Vila do Conde e Póvoa”, e que o objetivo do metrobus é “fazer a ligação à rede existente”.

A Câmara de Matosinhos confirmou à Lusa, a 22 de junho, que encomendou um estudo para implementar um metrobus entre o aeroporto e a Petrogal, estando ainda em equação a ligação a Leça da Palmeira e Matosinhos. “Abrange a ligação do aeroporto [Francisco Sá Carneiro] à zona nascente dos terrenos da Petrogal, mas está em análise também o traçado de ligação a Leça da Palmeira e Matosinhos”, referiu então a autarquia, em resposta a questões da agência Lusa.

Em causa está um estudo encomendado à empresa Trenmo para a “análise exploratória para a viabilidade de implantação de um BRT [Bus Rapid Transit, vulgo metrobus] em Matosinhos“, assinado em fevereiro deste ano, publicado no portal de contratos públicos Base.

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