Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) vão acompanhar mulheres grávidas e os seus filhos até aos três anos para intervir na prevenção da obesidade e da cárie dentária, foi hoje anunciado.
Em comunicado, o i3S revela hoje que o consórcio METAHEALTH, que integra investigadores daquela instituição e da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP), recebeu 10 milhões de euros da Organização Holandesa para a Investigação Científica.
Liderado por investigadores do Academic Center for Dentistry Amsterdam, o projeto conta com a participação de 14 parceiros, 13 dos quais holandeses e um português. A investigadora da FDMUP e do i3S Benedita Sampaio Maia lidera a investigação portuguesa e vai receber 200 mil euros para acompanhar 200 mulheres grávidas e os seus filhos.
O objetivo, salienta o instituto do Porto, é “intervir na prevenção da obesidade e da cárie dentária”, complicações muitas das vezes associadas a um baixo estatuto socioeconómico e com consequências negativas para a saúde e o bem-estar das crianças.
Citada no comunicado, a investigadora esclarece que o projeto pretende “aprofundar o conhecimento sobre a interação entre estilo de vida, ambiente e microbioma durante a gravidez e os primeiros mil dias de vida”.
Os investigadores acreditam que ao compreender como os cuidados infantis podem corresponder às necessidades e complexidades quotidianas, podem ser criadas “intervenções efetivas para a prevenção do excesso de peso e da cárie dentária”.
Ao consórcio METAHEALTH associou-se o projeto português “OralBioBorn”, liderado também por Benedita Sampaio Maia, que já está a decorrer e será alargado até aos três anos de vida das crianças.
No âmbito do projeto, que é um “estudo de ‘coorte’ prospetivo”, estão a ser recrutadas 200 grávidas saudáveis, obesas hipertensas e com diabetes gestacional.
Segundo Benedita Sampaio Maia, o objetivo do projeto é “descrever longitudinalmente a evolução do microbioma em pares mãe-filho, bem como correlacionar as doenças cardiometabólicas maternas e o seu impacto no microbioma do início de vida”.
“A ideia inicial seria recolher amostras biológicas (orais, fecais e leite materno), dados clínicos e antropométricas destes pares no 3.º trimestre de gestação e um, seis e 12 meses após o parto”, acrescenta a investigadora.