PODCAST: José Pedro Rodrigues – candidato da CDU à Câmara de Matosinhos

Foto: J Gomes

José Pedro Rodrigues tem 47 anos, é consultor de comunicação, foi eleito vereador há 4 anos na Câmara de Matosinhos pela CDU. No próximo dia 12 de outubro volta a submeter-se à votação dos munícipes pela CDU.

O lema é “Viver Melhor em Matosinhos”. O candidato pensa que isso é possível com “respostas práticas e eficazes para alguns dos problemas que mais pesam sobre os ombros das famílias”, desde logo, “o peso do custo da habitação, seja sob a forma de renda ou de prestação ao banco, é um problema geral, mas que em Matosinhos, em particular, tem uma dimensão grave, porque cerca de 70% do bolo dos créditos das famílias no concelho é o crédito da habitação. É uma percentagem muito maior do que no distrito e no país, em que se situa em cerca de metade”.

Há ainda outros problemas que se somam, como por exemplo, na educação, onde há “preços elevados de algumas atividades da componente apoio à família, ou dos campos de férias, ou, muitas vezes, por não ter soluções a nível de acompanhamento mais dedicado dos seus filhos com técnicos especializados da educação, se for o caso de necessitarem de terapia ocupacional, ou terapia da fala, ou psicólogos, têm de recorrer a serviços que acabam por onerar mais o orçamento mensal”.

E José Pedro Rodrigues, continua a enumerar: “problemas de mobilidade, que ainda são, enfim, na generalidade das famílias de Matosinhos, um dos três principais pesos na despesa dos orçamentos ao final do mês. Embora tenha havido alguns avanços importantes que aconteceram mesmo nos mandatos da CDU – como espaços gratuitos para os alunos e para pessoas com incapacidade, ou mais linhas de transporte que foram servir comunidades que estavam isoladas há décadas -, ainda muitos cidadãos de Matosinhos precisam de usar o carro para trabalhar, para fazer a sua deslocação diária, o que é um peso ainda significativo nas suas bolsas”.

Para além disso, há ainda outras preocupações, aquelas “pequenas coisas”, que às vezes fazem uma grande diferença na qualidade de vida das pessoas, que tem a ver com “o estado dos passeios, dos pavimentos, dos jardins, que podem ser o suficiente para intimidar os mais idosos a saírem à rua em segurança, é preciso um pouco mais de brio com o cuidado com o espaço público”, afirma José Pedro Rodrigues.

O cabeça de lista da CDU aponta que a Câmara de Matosinhos “tem uma maioria absolutíssima do Partido Socialista, tem 7 vereadores em 11, teve os maiores orçamentos da sua história, o último ultrapassou os 200 milhões de euros, no entanto não tem dado resposta ao básico. E eu creio que este mandato é decisivamente um mandato que vai ter que olhar com muito cuidado para as grandes questões, mas também para o básico, e é isso que nós estamos dispostos a fazer”.

Uma medida eficaz para minimizar o problema da falta de habitação a preços acessíveis é enunciada pelo candidato: existem cerca de 7 mil casas vazias, potencialmente devolutas, no concelho que devem ser negociadas com os proprietários, com a Câmara a exercer o direito de preferência, para recuperar estes imóveis e colocá-los num plano municipal de arrendamento a custos mais reduzidos”.

A autarquia também poderá “trabalhar de perto com as cooperativas de habitação para auxiliar a construção, cedendo terrenos e apoiando nos mecanismos financeiros que permitam às cooperativas acederem à banca em condições mais vantajosas”.

Para José Pedro Rodrigues, a mobilidade “é um desafio metropolitano, pelo menos”.

“Estarmos no trânsito muito tempo tira-nos qualidade de vida e saúde. É um facto. Temos de encontrar soluções para acabar com a poluição que tem causado por ano meio milhão de mortes prematuras na Europa por doenças respiratórias associadas à poluição dos centros urbanos e essencialmente associada à poluição automóvel. Em Portugal, são oito mil por ano.”

Matosinhos partilha vários desafios com a Maia e o Porto devido a grandes infraestruturas aqui localizadas, como o aeroporto, o porto de Leixões e a refinaria, até há pouco tempo, a siderurgia nacional, no caso da Maia, refere José Pedro Rodrigues, “mas partilhamos, sobretudo, a grande rede viária principal”, com “uma carga de atravessamento que na relação com o Porto, nos obriga a olhar de uma forma integrada para os desafios de mobilidade. Com a CDU, pela primeira vez, logo no primeiro mandato em que teve esta responsabilidade, começou-se a desenvolver o primeiro plano de mobilidade e transportes”.

O candidato considera que “há uma responsabilidade dos governos centrais em corrigirem problemas que afetam negativamente Matosinhos, eu diria até na fronteira com a Maia, o problema das portagens na A41 e na A4, portagens que têm que ser eliminadas imediatamente, em primeiro lugar para garantir maior eficácia à circulação metropolitana e desanuviar o trânsito da A28.”

As linhas de transporte público devem ter atenção mais cuidada, sendo que defende que deve “fazer-se muito mais, quer em matéria de linhas, quer em matéria de horários, porque o problema dos horários e das falhas de serviço, nomeadamente nos horários de ponta, no acesso ao trabalho e na ligação às escolas, é um problema muito sério”. (…) O transporte “não é eficaz”.

A CDU não foi contra o projeto do Metro Bus em Matosinhos, pois de acordo com José Pedro Rodrigues “todas as soluções de transporte público que possam ser adicionadas à malha urbana são passíveis de se reorganizarem e de adicionarem inteligência à rede de transportes públicos e são um avanço”. Contudo, alerta, Agora, não pode deixar-se cair duas medidas que são fundamentais para melhorar a mobilidade pública em Matosinhos, que é a extensão da linha de metro do Hospital de São João à Senhora da Hora (…) e o alargamento da linha do Senhor de Matosinhos até o aeroporto e até fazer a ligação com a linha da Maia (…).”

Também existe a preocupação com os focos de poluição das águas no concelho, lembrando José Pedro que existem problemas na praia de Matosinhos, para além das Ribeiras da Riguinha e de Carcavelos, do rio Leça, do Rio Onda e também na Ribeira da Guarda.

O candidato defende “soluções diferentes”, desde mais “fiscalização” a “sensibilização nas escolas para a proteção dos ecossistemas marinhos e costeiros”.

É certo que os quatro municípios envolvidos no Leça “têm trabalhado na associação do rio Leça, mas faz falta mais guarda-rios; faz falta reparar todas as inconformidades na rede de águas pluviais e as descargas ilegais. É preciso uma ação mais eficaz dos municípios”. Assim, o candidato propõe constituir “uma bolsa de cidadãos voluntários, responsáveis”, que gostam do rio e têm tempo para fiscalizar.

 

Pode ouvir a entrevista aqui:

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