Nutricionistas aplaudem Programa de Cartões Sociais para famílias carenciadas

Programa prevê uma verba para o acesso a bens alimentares a pessoas carenciadas e incluiu ações de literacia alimentar.

É com grande expectativa e satisfação que a Ordem dos Nutricionistas vê anunciado o Programa Cartões Sociais, que atribui uma verba para acesso a bens alimentares a pessoas carenciadas. O regulamento da medida foi publicado esta quinta-feira, 20 de janeiro, em Diário da República e o projeto piloto avança este ano.

“Este é um passo fundamental para o empoderamento dos mais carenciados, permitindo trabalhar igualmente a literacia alimentar e promover escolhas alimentares saudáveis junto deste grupo da população. Há muito que defendemos esta medida e hoje só podemos aplaudir a iniciativa que terá um impacto relevante na vida e na alimentação de muitos portugueses”, afirma Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

A medida prevê aquilo que a Ordem dos Nutricionistas considera “essencial e inseparável”: um cartão eletrónico que permite a aquisição de alimentos, de acordo com categorias compatíveis com os princípios de uma alimentação saudável e ações de acompanhamento, sessões de esclarecimento e sensibilização que permitam capacitar as pessoas mais carenciadas para a seleção dos géneros alimentares, de forma a promover o princípio de uma alimentação saudável e, simultaneamente, diminuir o desperdício alimentar.

A disponibilização de um cartão alimentar para os mais carenciados é uma das medidas defendidas pela Ordem dos Nutricionistas e já proposta em 2019, no âmbito do seu Congresso, no qual se debateu também a proibição de abertura de novos espaços dedicados a alimentação considerada pouco saudável num raio específico em torno de escolas ou a identificação de “desertos alimentares” nas cidades.

Recorde-se que, entre os objetivos deste programa, para além de definirem um modelo de acesso a bens alimentares a pessoas mais carenciadas, incentivam e respeitam a autonomia, a autodeterminação e o desenvolvimento de competências sociais, atribuindo às famílias a possibilidade de gerirem o orçamento que lhes é atribuído, de planearem as suas refeições e selecionarem os alimentos mais adequados de acordo com a sua preferência.

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