Novo campus na antiga refinaria da Galp será “oportunidade única”

imagem: google Maps

O reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira, afirmou esta terça-feira que o novo campus, a ser desenvolvido na antiga refinaria de Leça da Palmeira, em Matosinhos, será uma “oportunidade única de desenvolvimento e projeção internacional” da instituição.

“O novo campus da nossa universidade, que se pretende equiparável aos melhores ‘hubs’ de inovação e tecnologia internacionais, vai centrar as suas atividades nas grandes agendas do futuro, com particular ênfase na transição digital e energética”, afirmou António de Sousa Pereira.

O reitor, que encerrava a sessão solene comemorativa do 111.º aniversário da U. Porto, salientou que a instituição foi convidada a ser parceira do ‘Innovation District’ [cidade da inovação] e que a criação de um novo campus na antiga refinaria de Matosinhos será uma “oportunidade única de desenvolvimento e projeção internacional” da instituição, que duplicará a área de implantação, passando de 50 para 90 hectares.

“Com o novo campus teremos melhores condições para consolidarmos a nossa posição nacional como maiores produtores de ciência do país, e afirmarmo-nos como uma universidade de investigação de primeira linha na Europa”, observou o reitor, naquele que foi o seu último discurso de um mandato de quatro anos.
António de Sousa Pereira destacou que o novo campus é um projeto “ambicioso” e “disruptor” e que poderá “gerar resistência em setores mais renitentes à mudança”, ainda que acredite que este é um “novo caminho” que a instituição pode seguir sem “desrespeitar” o seu passado.
Aquele espaço deverá albergar diferentes valências pedagógicas, dedicando-se sobretudo à ciência e tecnologia.

“Ofereço-vos esta visão para os próximos anos: a construção de um ecossistema de ensino, investigação e inovação de excelência, com centros de interface e incubadoras, onde empresas e investigadores possam trabalhar em conjunto”, disse o reitor a uma plateia que lotou o Salão Nobre da Reitoria da U. Porto.
Em 16 de fevereiro, a Galp, Câmara de Matosinhos e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) anunciaram que a antiga refinaria de Matosinhos vai dar lugar a uma cidade da inovação ligada às “energias do futuro”.
“O desenvolvimento de um ‘Innovation District’ e a cedência de parcelas de terreno para a construção de um polo universitário são dois projetos em avaliação ao abrigo deste protocolo”, pode ler-se num comunicado distribuído aos jornalistas.

De acordo com as entidades, o objetivo é “promover a valorização económica, social e ambiental de toda a região Norte do país, posicionando esta iniciativa no topo dos projetos mundiais de tecnologia associada a energias sustentáveis”.
O protocolo, assinado na CCDR-N, contemplou “a constituição imediata de uma equipa técnica conjunta”, que irá delinear “em articulação com as demais entidades competentes, todos os procedimentos necessários para cumprimento dos enquadramentos jurídicos e económicos associados ao projeto”.

A cidade da inovação pretende potenciar “um ecossistema urbano, social e ambientalmente sustentável, incluindo comércio e serviços, hotelaria, restauração, indústria 5.0, habitação, equipamentos culturais e de lazer, com destaque para um ‘Green Park’ [parque verde]”.

No dia 21 de dezembro de 2020, a Galp comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a decisão de encerramento da atividade de refinação em Matosinhos, concentrando as suas atividades no complexo de Sines, tendo posteriormente, para acompanhar todo o processo, a câmara constituído um Comité Científico e um Conselho Consultivo sobre a Reconversão da Refinaria.

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