Mia Couto marcou o Dia Mundial do Livro em Matosinhos

Foto A Santos

O final de tarde do Dia Mundial do Livro, dia 23, foi de sala cheia no salão nobre dos Paços do Concelho de Matosinhos, para receber a conversa com o escritor Mia Couto, que encerrou com chave de ouro o LeV – Literatura em Viagem.

Numa entrevista conduzida pelo jornalista e escritor Sérgio Almeida, o escritor moçambicano recentemente premiado pelo PEN America abordou a sua vivência na infância, que teve como pano de fundo Moçambique e uma casa onde os pais, sobretudo a mãe, preenchiam o vazio da família, como tios e avós, com o costume de contar histórias: “a minha mãe era uma excelente contadora de histórias e o meu pai era o poeta da família”.

Os pais foram emigrantes oriundos de Rio Tinto e Mia e os seus dois irmãos nasceram em Moçambique. O resto da família estava longe, mas o vazio era compensado com as histórias e a imensa tradição oral que o povo moçambicano tinha instituída. Mia Couto sublinhou mesmo que não conseguiria viver sem esse tempo marcado pela oralidade.

A conversa abordou ainda a forma como conviveu com a guerra ou o processo criativo do escritor, que afirma ser um biólogo de profissão que escreve uns livros, mas que não assume a escrita como carreira. É uma necessidade que tem de revelar as muitas personagens que convivem dentro de si.

A entrevista passou também pela abordagem ao mais recente prémio de Mia Couto: PEN/Nabokov 2025.
Mia Couto foi o primeiro autor de língua portuguesa a ser distinguido. O PEN America atribuiu o Prémio PEN/Nabokov de Literatura Internacional ao escritor moçambicano pelo conjunto da sua obra.

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