O município captou 81 milhões de euros para financiar 88 projetos.
Matosinhos alcança, pela segunda vez consecutiva, a posição do concelho do país com melhor desempenho ao nível da captação de financiamentos comunitários. O primeiro aconteceu no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e, repete-se agora, no âmbito do programa Portugal 2020.
Segundo dados oficiais do Mais Transparência, o portal de informação sobre vários temas de gestão dos recursos públicos do Estado Português, Matosinhos viu aprovados 88 projetos estratégicos, que representaram cerca de 81 milhões de euros de financiamento comunitário, reforçando o seu papel como referência nacional em planeamento, execução e visão de futuro.
Entre os projetos financiados, destacam-se “iniciativas transformadoras” nas áreas da educação, do ambiente, da cultura, da mobilidade e do apoio social, “pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável e para a coesão social do território”, sublinha o município numa nota informativa.
A autarquia está a investir fortemente na requalificação do parque escolar. Exemplo disso são as Escolas Secundárias Abel Salazar, em São Mamede de Infesta, e da Boa Nova, em Leça da Palmeira, inteiramente renovadas e cujo financiamento veio da UE – União Europeia.
“Na frente ambiental, destaca-se o projeto de modernização da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Matosinhos, que foi equipada com sistemas de última geração para redução de emissões, reaproveitamento de recursos hídricos e energéticos e melhoria da qualidade ambiental. Esta intervenção insere-se na estratégia municipal de descarbonização e sustentabilidade urbana”, especifica ainda a presidência da autarquia.
Na cultura destaca-se o projeto da reabilitação do edifício da Real Companhia Vinícola e a instalação da Casa da Arquitetura.
Na mobilidade, o destaque vai para as duas primeiras fases do projeto do Corredor Verde do Leça e para a requalificação da Avenida Mário Brito.
Ao nível da habitação, a intervenção de reabilitação dos edifícios dos conjuntos habitacionais da Biquinha FFH, Moalde, Custóias FFH, Seixo 1ª Fase, Cruz de Pau e Carcavelos, “são projetos que se destacam, por se direcionarem para a melhoria das condições de habitabilidade e de conforto das habitações, que se traduz num adicional de qualidade de vida da população residente”, pode ainda ler-se na nota.
“A eficácia na captação de fundos europeus permite-nos fazer mais e melhor pela comunidade matosinhense, deixando mais folga orçamental para responder às necessidades da população”, refere Luísa Salgueiro, presidente da autarquia, citada na nota informativa.
Este resultado expressivo foi alcançado exclusivamente com recursos internos da autarquia, sem qualquer contratação externa de consultoria. “A equipa técnica municipal demonstrou elevada competência e dedicação, assegurando que cada candidatura fosse rigorosa, estratégica e alinhada com os objetivos europeus”, declara a autarca.
O município salienta que estes resultados também refletem “o investimento contínuo da autarquia na valorização dos seus recursos humanos, apostando na formação, capacitação técnica e estabilidade das equipas municipais. Ao promover talento interno e autonomia operacional, Matosinhos garante não só maior eficiência na gestão dos fundos europeus, como também gera valor direto para a comunidade, através de projetos mais bem desenhados, mais próximos das reais necessidades locais e com maior impacto social. Esta aposta estratégica contribui para uma administração pública mais competente, transparente e alinhada com os desafios contemporâneos”.
Luísa Salgueiro sublinha que “este é um reconhecimento do trabalho sério e comprometido que temos vindo a desenvolver. Os fundos europeus são uma oportunidade, mas é preciso saber aproveitá-los com visão e capacidade técnica. Matosinhos está a fazê-lo com excelência.”