Luísa Salgueiro recandidata-se pelo PS a Matosinhos e diz que deixa um “município de referência”

Luísa Salgueiro

 

Luísa Salgueiro, advogada de 57 anos, é candidata ao terceiro e último mandato na Câmara de Matosinhos para “concluir o trabalho” que a sua equipa tem vindo a fazer, “que visa colocar Matosinhos sempre como um concelho dianteiro, seja qual for a perspetiva em comparação com outro municípios do país. Somos um município de referência”.

A candidata e atual presidente da Câmara de Matosinhos prepara-se esta semana para entregar as primeiras 50 das 512 casas novas, construídas com apoios comunitários, para renda acessível.

“A Estratégia Local de Habitação (ELH) de Matosinhos foi a primeira a ser apresentada no Grande Porto, ainda antes da pandemia, depois veio o PRR e atualizámos a ELH, pois temos 110 milhões de euros de apoio deste Plano para algumas das medidas, a construção de nova habitação para renda apoiada – são 512 novos fogos que estamos a construir para entregar às famílias. Esta semana, “vamos entregar as primeiras 50 casas”, explicou Luísa Salgueiro.

A autarca recandidata garante que “todas as habitações estão em construção e dentro dos prazos do PRR”, ou seja, até junho de 2026 vão estar famílias a habitar estas novas casas.

O executivo também já reabilitou 1500 fogos, “usando essas verbas”. Cerca de mil famílias estão a ser apoiadas com subsídios de renda mensal.

 

A candidata do PS considera que é importante que se injete habitação no mercado e que esta não tem que ser nova, por isso, em Matosinhos foram criadas as áreas de reabilitação, que tornam as conservações mais atrativas com IVA mais reduzido, havendo ainda uma política de desagravamento fiscal, enquanto, por outro lado, a Câmara agravou as taxas para quem tenha prédios devolutos e criou as zonas de pressão urbanística onde é agravada a fiscalidade para casas que não tenham utilização. Luísa Salgueiro defende que é necessário este conjunto de medidas para responder a “uma demanda tão grande que Matosinhos tem em termos de habitação”.

Luísa Salgueiro conversou connosco na sexta-feira, dia 29 de agosto, precisamente no dia em que foi levantado o desaconselhamento a banhos na praia de Matosinhos. A pressão nesta praia e em todo o concelho tem sido muita, frisou a recandidata pelo PS à Câmara de Matosinhos, que garante que o executivo tem feito um “grande esforço” para identificar e travar todas as descargas ilegais nas condutas de águas pluviais. A Câmara tem “há pouco tempo uma equipa permanente de acompanhamento de todas as ligações que drenam para as ribeiras da Riguinha e Carcavelos. Há ainda o rio Leça e o rio Douro que convergem” para aquela área.

E a autarca refere que há um trabalho minucioso, que envolve filmagens. Por outro lado, estão a ser feitos estudos com universidades e outros centros biomédicos para “determinar em concreto quais os componentes que geram as situações de desaconselhamento”.

Depois, lembra Luísa Salgueiro, também “está em cima da mesa a construção de um exutor submarino desde a ribeira da Riguinha”, que está sujeito a validações de uma série de entidades, mas a candidata garante que não é por “falta de vontade” política que o equipamento ainda não foi construído, mas porque deve “haver a certeza que o exutor irá resolver o problema”, o que implica que “entidades tecnicamente robustas nos forneçam essa informação, para avançarmos com garantias” de que o exutor será a solução.

A mobilidade e transporte foi outro dos temas em análise, tendo Luísa Salgueiro lembrado que o executivo tem reforçado a “atração pelo transporte público” com diversos incentivos, porque é preciso “substituir o transporte individual pelo transporte coletivo”. De facto, as validações nos transportes públicos têm aumentado, frisa a candidata socialista, “mas também tem havido mais carros a entrar na cidade, o que significa que são necessárias políticas transformadoras”.

 

Luísa Salgueiro identifica como “pontos críticos, a A28 e a concentração junto da rotunda AEP”, para as quais é preciso soluções alternativas.

A A28 é da alçada da IP – Infraestruturas de Portugal, pelo que “há anos que a Câmara propõe medidas” e garante o seu pagamento. Luísa Salgueiro lembra que foi conseguida a saída direta de ambulâncias para o Hospital Pedro Hispano, no primeiro mandato, e o viaduto Vítor Oliveira, “que permite, de alguma forma, aliviar o trânsito”. Mas não é suficiente, “e novamente a Câmara apresentou um projeto com financiamento, que obteve há poucos meses aprovação, portanto estamos a fechar o projeto para a construção de uma nova saída da A28 para a cidade evitando que se vá à rotunda”, explicou.

A ligação entre Matosinhos e Leça da Palmeira “também está muito congestionada” e, nos próximos anos com a transformação da área da antiga refinaria, irá ter uma pressão maior, por isso “é necessário haver uma nova travessia, que permita a expansão da linha de metro e tem que ser decidida já”, uma vez que os projetos de expansão de metro demoram sempre alguns anos. Por isso, adiantou Luísa Salgueiro, “decidimos que, com as verbas que foram atribuídas ao município de Matosinhos para compensar o encerramento da refinaria, atribuir cerca de 24 milhões de euros para a construção de uma linha de metro bus, que já está adjudicada e vai ficar pronta em dezembro de 2026. Enquanto não se constrói uma nova linha de metro e enquanto estão em desenvolvimento estes projetos de expansão para esta área, importa ter uma resposta imediata. Começa dentro de dias a construção da linha de metro bus, que vai ligar Matosinhos, Leça da Palmeira, Perafita, até ao Aeroporto, que entronca na estação dos Verdes, que já é Maia, para que as pessoas tenham ligação direta ao Aeroporto”.

 

No que respeita à segurança dos cidadãos no concelho, Luísa Salgueiro refere que os dados sobre criminalidade não têm sofrido agravamento em relação a anos anteriores, de qualquer forma a autarquia apoia em tudo o que pode as forças de segurança, quer a PSP quer a GNR. A candidata lembra que “foi a Câmara que fez toda a empreitada da Divisão da PSP, que fica situada junto aos Paços do Concelho”. Agora, prossegue, “estamos no processo de construção do edifício do Destacamento da GNR de Maia, Matosinhos e Vila do Conde, que fica em Matosinhos, num terreno que a Câmara ofereceu”. As condições da GNR eram “muito más”, lembra a candidata, “estavam num edifício da Quinta da Conceição, provisoriamente, há 30 anos. Agora estão numa escola da Câmara, enquanto avançam as obras do novo edifício, que ficará no Feixieiro, Perafita”. Isto será pago pelo Ministério da Administração Interna (MAI), que transferirá o dinheiro para a Câmara, que avança com a empreitada.

 

Entretanto a autarquia de Matosinhos solicitou ao MAI a instalação de videovigilância, que foi autorizada apenas para dois locais, na marginal de Matosinhos e na zona entre o Norte Shopping e a estação de metro de Sete Bicas. São competências das forças de segurança, explica Luísa Salgueiro, em que a Câmara não pode interferir, ainda assim apoia no que é possível e adianta que, na última semana, foi decidido a autarquia “ceder carros à Polícia Marítima, à PSP e à GNR”. Garante que existe uma “complementaridade” entre a autarquia e as forças de segurança.

 

 

Pode ouvir a entrevista aqui:

 

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