Lactogal vai recorrer a operador espanhol para tratar lamas da sua ETAR

Foto Paula Miranda

A Lactogal vai exportar os resíduos da sua ETAR para um operador licenciado em Espanha para resolver de imediato a “acumulação crítica de resíduos”, anuncia em comunicado o gabinete da ministra do Ambiente e Energia. Maria Graça Carvalho reuniu ontem com a empresa e a APA (Agência Portuguesa do Ambiente).

A APA e a Lactogal, com sede em Modivas, Vila da Conde, definiram esta solução para garantir a “total conformidade legal e proteção ambiental” no processo de limpeza e de contenção dos resíduos da ETAR da empresa de laticínios.

Em paralelo, decorre o processo para “viabilizar uma solução nacional de tratamento”, com operadores licenciados, para uma resposta “a médio prazo”.

A ministra do Ambiente, Maria Graça Carvalho, refere, citada neste comunicado, que esta solução “é fruto do diálogo e da responsabilidade ambiental” destas entidades.
A governante reuniu esta quarta-feira com a administração da Lactogal, na sequência das diligências desencadeadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e das reuniões técnicas realizadas entre a APA e a empresa, nos dias 14 e 15 de julho.

À empresa de Vila do Conde foi transmitido que o governo exige uma “solução imediata, responsável e em conformidade com a lei, tendo sido comunicada a intenção conjunta de avançar com uma resposta operacional de curto prazo”.


Assim, a tutela foi informada da decisão de avançar com a exportação das lamas para a empresa espanhola Agroamb Prodalt SL, devidamente licenciada para a receção e tratamento deste tipo de resíduos. «Esta operação decorrerá ao abrigo da classificação europeia de resíduos “laranja”, cumprindo integralmente a legislação comunitária e nacional aplicável a resíduos perigosos», pode ainda ler-se no documento.

A APA assegurará o acompanhamento técnico e administrativo necessário, incluindo o apoio no preenchimento e tramitação do Movimento Transfronteiriço de Resíduos (MTR), esclarecimentos legais e técnicos e a agilidade processual para garantir uma resposta eficaz e ambientalmente segura.

Em paralelo, a Lactogal está já à procura no mercado nacional de operadores para tratar as lamas da ETAR, “com o objetivo de desenvolver uma solução alternativa, (…) reduzindo a dependência de soluções externas”.

Recorde-se que descargas da empresa foram associadas à deterioração da qualidade da água do rio Onda, o que teve como consequência a interdição das praias de Angeiras Norte (Matosinhos) e Labruge (Vila do Conde), no passado dia 9, que só foi levantada no dia 15 de julho.

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