Investigadores pesquisam oceano no Norte e estudaram golfinhos a partir de Matosinhos e de Gaia

Investigadores da Universidade do Porto (U.Porto) realizaram 32 estações de amostragem e avistaram 41 grupos de golfinhos durante o programa de monitorização das águas marinhas do Norte, que decorreu ao longo do verão entre Espinho e Caminha.

Em comunicado, a U.Porto refere hoje que os investigadores “fecharam com sucesso” a primeira campanha de monitorização das águas marinhas do Norte, que arrancou em junho.

A equipa, que incluiu membros da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), “saiu da embarcação ‘Del Mar’ com um sentimento de dever cumprido”, refere.

A campanha, que “excedeu as expectativas” e foi desenvolvida no âmbito do projeto ATLÂNTIDA, decorreu durante quatro dias consecutivos e percorreu “todo o mar territorial” do Norte do país, cobrindo a área marinha de Espinho (Aveiro) a Caminha (Viana do Castelo) até às 12 milhas náuticas (cerca de 22 quilómetros) da costa.

No total, os investigadores conseguiram realizar 32 estações de amostragem, sendo que em cada estação foram recolhidos dados que permitirão “aprofundar o estudo das águas marinhas”, bem como os “perfis oceanográficos” para a avaliação dos parâmetros físico-químicos ao longo da coluna de água, amostras de água para caracterização das comunidades microbianas e de fitoplâncton, e registos da paisagem acústica do local e amostragens de cetáceos.

Paralelamente, os investigadores realizaram amostragens para o estudo de microplásticos nas águas do Norte de Portugal.

Além dos trabalhos realizados, nesta primeira campanha de monitorização foram também feitas “uma série de saídas de curta duração” entre Leça da Palmeira (Matosinhos) e Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, para o estudo dos cetáceos.

Nesse sentido, os investigadores tiveram “encontros privilegiados” com 41 grupos de golfinhos, sendo que o golfinho-comum foi o mais avistado. Estes encontros permitiram recolher diversas amostras biológicas, revela a U.Porto.

Citada no comunicado, Mafalda Correia, investigadora do projeto ATLÂNTIDA, afirma que, além dos registos fotográficos, a equipa de investigação conseguiu “recolher pequenas amostras de tecido e do sopro do golfinho”.

“Todas estas amostras irão dar-nos informações fundamentais para melhor entender estes animais, estudar o seu estado e saúde populacional, e otimizar os métodos de monitorização”, observa.

O projeto ATLÂNTIDA visa desenvolver “uma plataforma para a monitorização” do Atlântico Norte e “ferramentas para a exploração sustentável dos recursos marinhos”.

Liderado por investigadores do consórcio UNorte.pt (U.Porto, Universidade do Minho e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) e do CIIMAR, o projeto é cofinanciado em cerca de três milhões de euros pelo programa Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

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