Iniciou-se em Matosinhos roteiro Medicina Dentária no SNS

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas defendeu hoje que “30% do imposto sobre bebidas açucaradas” deveria ser alocado à saúde oral.

 

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas iniciou no Centro da Saúde de Leça da Palmeira, em Matosinhos, o Roteiro “Medicina Dentária no SNS” que, até quinta-feira, percorrerá várias unidades das cinco administrações regionais de saúde do país para ver as condições de trabalho dos médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“O Governo em 2017 teve capacidade criativa de criar uma nova tributação aos portugueses, o imposto acrescentado de bebidas açucaradas, vulgo imposto coca-cola, que beneficiou os cofres do Estado em cerca de 85 milhões de euros. Aquilo que pedimos é que pelo menos 30% desse imposto seja alocado diretamente à saúde oral”, afirmou Miguel Pavão, que iniciou hoje, em Matosinhos, um roteiro para fazer um balanço do projeto governamental ‘Saúde Oral para todos’.

 

Em termos da “orgânica e burocracia” do Estado, “estas contas são difíceis de fazer, mas eu acho que, se há criatividade para se criar tributação aos portugueses, deve existir criatividade para alocar essa tributação às causas que faltam cumprir nas políticas nacionais”, sublinhou.

O projeto do Governo ‘Saúde Oral para todos’ previa a inclusão de consultas de medicina dentária em, pelo menos, um centro de saúde em cada ACES (agrupamento de centros de saúde) até 2019, mas este é “um plano que está longe de ser cumprido”, de acordo com Miguel Pavão.

Segundo disse à Lusa, atualmente existem no SNS 135 médicos dentistas, quando seriam necessários 290 para responder ao projeto do Governo.

“Os sucessivos Governos utilizam a saúde oral como uma bandeira, em períodos eleitorais, mas acabam por não a priorizar”, lamentou o bastonário.

 

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