Entrevista a Israel Pontes , candidato pelo CHEGA à Câmara de Matosinhos (com Podcast).
Israel Pontes, tem 44 anos, é empresário residente em Matosinhos. Candidata-se pelo CHEGA a presidente de Câmara, numa altura em que tem a “família criada e concretizados alguns dos seus objetivos” e considera que está na altura de ajudar os outros e “deixar um legado”.
Nascido e criado na Senhora da Hora, atualmente pai de dois filhos, Israel refere que se preocupa com o seu futuro e não lhe agrada que os seus filhos herdem “já algumas despesas inerentes a falta de governação local e nacional”.
Não se afirma como político, mas Israel Pontes admite que sempre se identificou com a social-democracia, embora nunca tivesse sido militante de nenhum partido nem nunca se tenha revisto em nenhum partido político. Rui Rio “deturpou” o espírito do PSD e “com o aparecimento do CHEGA, um partido claramente de Direita, comecei a identificar-me e vejo no presidente do partido os ideais que também defendo”, explicou.
No CHEGA de Matosinhos há “uma harmonia imensa” com um grupo de trabalho “soberbo” e “multidisciplinar”, afirma Israel Pontes, que se orgulha de ter formado um “grupo excelente”. Assim, Matosinhos conseguiu no último trimestre mais militantes do que Porto e Gaia, sendo agora a terceira concelhia em número de militantes.
As listas do CHEGA em Matosinhos já estão concluídas, tendo havido apenas problema em fechar uma das listas (na União de Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo), porque o candidato escolhido “foi convidado a abandonar a empresa”, se se candidatasse.
“Isto ainda acontece, mas já foi bem pior”, refere Israel Pontes, que assegura que neste partido as pessoas “são escolhidas pela meritocracia e não compram lugares”.
À Assembleia Municipal de Matosinhos candidata-se Álvaro Costa; Carlos Fonseca é o cabeça de lista à União de Freguesias Custóias, Leça do Balio e Guifões; para a União Leça e Matosinhos foi escolhido o candidato Carlos Serrano; António Mesquita candidata-se a S. Mamede e Senhora da Hora.
“porque se há culpa de Matosinhos estar como está é do vereador José Pedro Rodrigues, que é a muleta do PS”
O otimismo de Israel Pontes não o leva a acreditar que possa “subtrair a Câmara ao Partido Socialista”, mas assegura que é concretizável a possibilidade de “colocar no mínimo três vereadores na Câmara, e na Assembleia Municipal umas 6 ou 7 pessoas”.
Israel Pontes considera que seria interessante “acabar com a maioria absoluta do Partido Socialista na Câmara” e possibilitar maior diálogo com outras forças políticas, porque “46 anos” é muito tempo. Por outro lado, para o candidato do CHEGA é “importante” retirar o vereador comunista e “acabar com a posição comunista no executivo”, porque “não nos identificamos com as posições deles, porque se há culpa de Matosinhos estar como está é do vereador José Pedro Rodrigues, que é a muleta do PS”.
Quanto às prioridades para o concelho, Israel Pontes destaca do seu programa três vertentes: apoio às empresas, mobilidade e turismo.
O candidato do CHEGA afirma que “Matosinhos nunca se desenvolveu à escola do Porto e interessa perceber porquê, se estamos numa zona privilegiada, temos um porto de pesca, um porto marítimo, um aeroporto…o porquê de não nos desenvolvermos como aconteceu com o Porto? E a resposta é simples, porque tivemos desde sempre um governo socialista, que promove a dependência social e muito pouco o liberalismo empresarial”.
Um exemplo “flagrante” da má relação do executivo com o setor empresarial apontado por Israel Pontes é o investimento feito pelo empresário Mário Ascenção no hotel da praia da Memória, que viu a obra embargada e agora apenas tem “um mamarracho”. Israel Pontes já reuniu com este empresário para saber o que poderá “fazer por ele”, porque considera “imperativo” chamar os empresários que foram “escorraçados de Matosinhos pela Câmara”.
Outro problema apontado por Israel Pontes é a Petrogal, aproveitando para lembrar que o CHEGA “foi o único partido político que apresentou um projeto para aquela área acolher toda a zona industrial de Matosinhos”, algo que diz ter sido bem recebido por todo o setor empresarial. Já a eventual Refinaria de Lítio, que tem sido veiculada, não lhe parece ser uma solução viável em termos económicos, pelo que acredita que o projeto não irá avançar.
O candidato considera que seria uma oportunidade para as cerca de 1500 pessoas que vão ser dispensadas da Petrogal voltarem a ser reintegradas no mercado de trabalho.
Defende requalificação da Rua Brito Capelo
No que respeita ao Turismo, Israel Pontes diz que Matosinhos deve seguir o exemplo do Porto. Afinal, frisa, “queremos seguir os bons exemplos”, considerando que a sua proposta é “completamente lícita e viável”. Um dos primeiros passos, passará por investir na requalificação da Rua Brito Capelo, adquirindo algumas lojas para arrendar a preços controlados para determinados negócios, já que o comércio está “descaraterizado”; regulamentar a passagem do metro que se encontra um pouco “caótica”; estudar a cobertura daquela rua.
Como pontos de atração de turistas, defende criação de programas em consonância com agentes de viagens para promoção de visitas e de restaurantes. “O terminal de cruzeiros não deve ser apenas um ponto de chegada, deve ser melhor aproveitada a chegada de milhares de turistas”, defende Israel Pontes.
Mobilidade é “deficitária” e têm sido feitas alterações “de lápis na orelha”
Quanto à mobilidade, o candidato considera que “é deficitária” em Matosinhos. Israel Pontes argumenta que “têm sido feitas alterações, mas costumo dizer que é de lápis na orelha, fazem experimentação e não se preocupam em perceber o que realmente é importante”. E acrescenta que talvez seja porque o vereador da Mobilidade, “um vereador comunista, não percebe muito daquilo, porque não é a área dele”.
Nesta área considera fundamental corrigir a confusão da rotunda dos produtos estrela (AEP), criando um novo corredor aproveitando o já existente, criado para as ambulâncias terem acesso ao Hospital Pedro Hispano. E para tudo o que diz respeito a vias de comunicação, considera ser mais viável recorrer a uma empresa externa especializada, que analisa os “pontos negros” e dá “soluções para corrigir definitivamente” esses problemas.
Israel Pontes conclui que “gostaria de ser o Rui Rio de Matosinhos”, porque considera que quando Rio foi presidente da Câmara do Porto foi “excelente”. Se lhe fosse possível deixar um legado ao concelho, como autarca, “gostaria que fosse esse”. Porque depois o que viesse a seguir, seria apenas “uma continuidade”.
Entrevista na íntegra (áudio):