Função pública em greve sendo saúde e educação os setores mais afetados

Médicos e enfermeiros cumprem dois dias de greve por melhores condições e SNS reforçado
USF Vila do Conde (Foto: PM)

A paralisação dos trabalhadores da função pública começou à meia-noite e prolonga-se até às 23h59, abrangendo a administração central, regional e local. Até às 7h00 tinham sido suprimidos 79 comboios por greve na CP.

Os trabalhadores da função pública cumprem esta sexta-feira uma greve de 24 horas e a saúde e a educação deverão ser os setores mais afetados, segundo antecipou o vice-secretário-geral da Fesinap à agência Lusa.

A greve, convocada pela Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesinap), começou à meia-noite e prolonga-se até às 23:59, abrangendo a administração central, regional e local.

O vice-secretário-geral da Fesinap já tinha antecipado que “a educação, incluindo professores, e a saúde, incluindo médicos e enfermeiros”, poderão ser os setores mais afetados, “como acontece recorrentemente”.

Helder Sá preferiu, no entanto, não antecipar expectativas de adesão e lembrou ainda que “para os hospitais há serviços mínimos”, tal como obrigatório por lei.

Segundo o vice-secretário-geral Fesinap, um dos motivos que leva à convocação desta greve diz respeito às declarações do ministro da Educação, na passada sexta-feira, quando o governante afastou a hipótese de ser criada uma carreira especial para os trabalhadores não docentes das escolas, uma das principais reivindicações dos assistentes operacionais.

E apesar de a carreira de técnico auxiliar de saúde ter entrado em vigor em janeiro, há Unidades Locais de Saúde que não integraram os profissionais na lista.

Entre as principais reivindicações desta federação está “a subida de um nível remuneratório para todos os trabalhadores com, pelo menos, 10 anos de serviço com vínculo de emprego público integralmente realizado, independentemente do tipo de contrato” e “desde que não tenha progredido via Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP)”.

A revisão deste sistema de avaliação, bem como a reposição dos pontos perdidos para efeitos de progressão de carreira, e a instituição do cartão refeição na Administração Pública “através de negociação em Acordo Coletivo de Empregador Público (ACEP), para o valor diário de 10,20 euros, livre de imposto”, também estão entre as reivindicações.

Para hoje estão também previstas greves setoriais, entre as quais dos trabalhadores em funções em estabelecimentos de saúde, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), afeta à CGTP.

Os trabalhadores da saúde estão em greve pela valorização da carreira e contratação de trabalhadores, acusando o Governo de adiar “a resolução dos problemas” por estar cerca de meio ano sem negociar com o sindicato representativo. A paralisação dos trabalhadores em funções em estabelecimentos de saúde decorre todo o dia 06 de dezembro, estando assegurados os serviços mínimos.

Em declarações à agência Lusa, Elisabete Gonçalves, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), lembrou que o último encontro com a tutela foi em julho deste ano. “Fizemos uma reunião com a secretária de Estado da Gestão da Saúde [Cristina Vaz Tomé] em julho e deixámos um conjunto de reivindicações vastas que ficou por analisar. Estamos em dezembro e continuamos a aguardar que a secretária de Estado da Gestão da Saúde nos diga alguma coisa sobre o nosso processo reivindicativo”, salientou.

De acordo com Elisabete, há um “protelar constante” para resolver os problemas no setor.

A greve dos maquinistas da CP levou à supressão de 79 comboios dos 145 programados (54,5%) entre as 00:00 e as 07:00, indicam dados da CP – Comboios de Portugal enviados à Lusa. Nos urbanos do Porto, estavam programados 30 e foram suprimidos 14. Quanto aos comboios regionais, dos 41 programados, foram suprimidos 24 e realizados 17, disse a transportadora.

O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) convocou uma greve geral, face à ausência de clarificação do Governo sobre relação entre sinistralidade ferroviária e taxa de álcool destes trabalhadores e para exigir condições de segurança adequadas.

Partilhar:
Subscreva a nossa Newsletter