Demolição da antiga refinaria de Matosinhos arranca esta segunda-feira

imagem: google Maps

A demolição da antiga refinaria de Matosinhos vai começar na hoje e durará cerca de dois anos e meio, anunciou a Galp.

De acordo com a empresa, desde 2020 que “foi implementado um vasto conjunto de operações preparatórias que incluiu a paragem das unidades processuais em segurança, o processo de limpeza e desgaseificação de todas as unidades processuais, equipamentos e tubagens para garantir a eliminação de hidrocarbonetos e produtos”.

A Galp garante que, após o desmantelamento, seguir-se-á uma “fase de reabilitação ambiental dos solos”. De acordo com a empresa liderada por Filipe Silva, “para a preparação para o arranque dos trabalhos de demolição foram efetuados contactos e reuniões com todos os envolvidos direta e indiretamente impactados ou envolvidos neste projeto”.

O comunicado da Galp refere o Governo, a Câmara de Matosinhos, entidades reguladoras e licenciadoras, proteção civil e autoridades locais, bem como moradores e associações comerciais, mas não os trabalhadores ou ex-trabalhadores da refinaria.

“Nesses encontros foram apresentadas as linhas gerais do projeto de demolição e respetivo calendário, bem como as medidas que a empresa vai implementar para monitorizar, controlar e mitigar possíveis constrangimentos pontuais que possam ser suscitados na sequência dos trabalhos em curso”, refere a empresa.

A Galp lançou ainda um ‘site’ para consulta das medidas de mitigação, com vista a “disponibilizar e atualizar as informações relativas ao decurso dos trabalhos de demolição”.

O encerramento da refinaria foi comunicado pela Galp em dezembro de 2020 e concretizado no ano seguinte, num processo muito criticado pelas estruturas sindicais. As operações de refinação da Galp em Matosinhos foram concluídas em abril de 2021, mas mais de 30% do total dos trabalhadores da refinaria vão manter-se no âmbito das operações de desmantelamento e descontinuação. Em maio de 2021, a Galp deu início a um despedimento coletivo de cerca de 150 trabalhadores da refinaria, chegando a acordo com 40% dos cerca de 400 colaboradores. A petrolífera justificou a decisão de encerramento desta refinaria com o contexto europeu e mundial da refinação, com os desafios da sustentabilidade e com as características das instalações.

A Câmara Municipal de Matosinhos pretende que a antiga refinaria dê lugar a uma cidade da inovação ligada às “energias do futuro”.

Entretanto, este ano foi anunciada a instalação de um Centro Internacional de Biotecnologia Azul no local, que contará ainda com a colaboração da Fundação Oceano Azul.

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