CDU pede obras urgentes na Docapesca em Matosinhos e Câmara confia que se concretizem em 2025

(Foto PM)

 

A presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, afirmou esta quarta-feira à Lusa estar confiante de que as obras na Docapesca arranquem ainda este ano, corroborando a urgência na intervenção levantada pelo vereador da CDU, José Pedro Rodrigues.

Na reunião do município que decorreu na Junta de Freguesia de Custoias, o vereador alertou que “as condições de operação do porto de pesca de Matosinhos têm vindo a degradar-se de forma acentuada.

Essa situação, continuou, levanta “grandes preocupações quer ao nível da segurança dos homens do mar, de quem trabalha dentro do porto, quer ao nível das garantias da qualidade do pescado e da segurança alimentar, consequência do desinvestimento e do desinteresse a que este porto tem sido votado”.

No final do encontro, a autarca de Matosinhos, quando questionada pela Lusa se estava otimista sobre o arranque das obras ainda em 2025, respondeu estar “confiante”.

“Acredito que sim, porque a situação requer uma intervenção sem delongas. É verdade que o processo já se arrasta há algum tempo”, acrescentou Luísa Salgueiro.

E prosseguiu: “como disse, já esteve prevista a construção de um novo edifício para o mercado de segunda venda, que depois não pôde avançar. Foi reformulado o projeto, não chegou a avançar. Existe também necessidade de reforçar as questões de segurança, de higiene, de salubridade, de toda aquela área, de requalificação”.

A líder socialista manifestou ainda a necessidade de “garantia de melhores condições de trabalho e de embelezamento do espaço e de uma marca importante do concelho, que é o peixe, numa zona contígua aos restaurantes”.

Na sua intervenção, José Pedro Rodrigues lembrou que “foram sendo feitos diversos anúncios por parte da Docapesca de lançamento de empreitadas para a reabilitação no cais de acostagem 1, com a renovação de escadas e defensas, tendo o último sido feito em maio de 2022 apontando a conclusão dos trabalhos para o final de 2023”.

Ainda em 2022, prosseguiu, “foi também tornado público pela Docapesca a previsão de outras intervenções que iriam incluir a reabilitação da Ponte-cais n.º 2, a requalificação do edifício da lota e a construção do novo mercado de 2.ª venda, num montante global de mais de 7,5 milhões de euros”, assinalando que “a verdade é que nada mudou”.

A autarca, em declarações à Lusa, sublinhou ser “indispensável que a Secretaria do Estado das Pescas, que o Ministério do Mar, o Ministério da Economia, a área do turismo olhem para a pesca de Matosinhos como um equipamento essencial”, acrescentando que “isto requer também a mesma visão e alinhamento por parte da APDL [Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo], porque o domínio daqueles terrenos são seus”.
Assim, torna-se necessário haver “conciliação entre os interesses do Ministério das Infraestruturas, que tutela a APDL, e o Ministério do Mar, para que se ponham de acordo para que finalmente possam avançar os investimentos”.

Luísa Salgueiro assinalou ainda que o “plano estratégico do Porto de Leixões também impacta ali, porque é preciso relocalizar equipamentos, é preciso fazer uma nova fábrica de gelo, é preciso fazer um novo entreposto”.

“Há uma parte do investimento que compete à câmara, que nós garantimos, temos acautelada e estamos prontos para avançar”, garantiu a autarca.

No final da sua intervenção, José Pedro Rodrigues considerou que “atualmente o Porto de Pesca de Matosinhos e os espaços de comércio e armazenamento de peixe são dos mais degradados do país, e é fundamental que se invista a tempo de evitar o colapso da atividade da pesca” no concelho.

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