Bruno Pereira, líder da candidatura Juntos pela Mudança (PSD/CDS) à Câmara de Matosinhos, adiantou em entrevista à Rádio NoAr e jornal Primeira Mão que a coligação vai apresentar candidaturas a todos os órgãos do concelho nas próximas eleições Autárquicas de 12 de outubro.
O candidato adianta que há candidatos nas listas ao concelho com qualidades académicas e profissionais de relevo, alguns dos parceiros de coligação, mas também vários independentes. “Esta candidatura da AD Matosinhos vai muito para lá do PSD e do CDS”, garantiu Bruno Pereira.
Começámos por abordar o problema da habitação acessível, do qual Bruno Pereira tem várias queixas, apontando que a atual equipa do executivo do PS, nos últimos oito anos, “falhou redondamente”: “temos 1750 pedidos em espera para habitação pública, houve aqui um fingir de fazer e nada fazer. Em oito anos são zero casas entregues até ao momento”.
No âmbito da mobilidade, Bruno Pereira refere que já tem pensadas algumas soluções estruturantes em contraponto com o que diz ser um vazio nos últimos oito anos, à exceção da criação de um viaduto na A28: “foi interessante, houve uma requalificação das duas margens, o que é de louvar, mas já existia um túnel por baixo que fazia exatamente o mesmo que faz o atual viaduto”.
O candidato entende que existem alguns “cancros” rodoviários que é necessário curar, dando como exemplos a circunvalação e a via Norte. A requalificação e adaptação destas vias a um cenário mais moderno com uma “ligação de transporte público decente” é fundamental para Bruno Pereira.
A linha de metro da Senhora da Hora ao S. João é essencial e nunca mais avançou desde o início do metro há 25 anos. “É preciso criar transportes públicos, como o metro, para norte do concelho, que está a crescer imenso”, defendeu.
Outro protesto de Bruno Pereira é a existência de pórticos de portagens no interior do próprio concelho de Matosinhos, algo que “se formos poder”, frisou o candidato, “iremos pedir a deslocalização desses pórticos para zonas fronteiras com os outros concelhos”.
No que respeita a segurança da população, Bruno Pereira congratula-se que a instalação de sistemas de videovigilânica já não seja encarado como um tabu, pois recorda que quando em 2021 falou no assunto, “toda a gente era contra” e quase o chamaram de maluco. “O problema em Matosinhos é que se vão contentar com 42 equipamentos espalhados, acima de tudo, na envolvente do Norte Shopping e na zona da orla costeira da praia de Matosinhos, sendo certo que isto é curto”, salientou Bruno Pereira, que defende que outras zonas de comércio tradicional e centros históricos da cidade, a par das imediações de outros espaços comerciais de referência no concelho também tenham câmaras de vigilância. Além destes sistemas, é preciso reforço de equipas e de veículos, considerou ainda Bruno Pereira.
Na área do Ambiente, também Bruno Pereira considera que o executivo de Luísa Salgueiro falhou nos últimos quatro anos. “Matosinhos fala da sustentabilidade, fazem conferências, dizem que recebem prémios, mas depois temos os nossos afluentes a dar à costa completamente poluídos. Tivemos uma tragédia ambiental no rio Onda – aí houve identificação -, mas atenção eu alertei a senhora presidente de Câmara, ela disse-me que já sabia há uma série de dias, numa segunda-feira foi interdita a praia, na terça-feira foi retirada a interdição, mas a verdade é que a poluição continuou lá e tirou a vida a dezenas de animais”.
A ribeira da Riguinha continua a ser um foco poluidor, lembrou Bruno Pereira: “há estudos que já estão ultrapassados, já estão a ser feitos novos, mas em oito anos ainda não dar solução, não perceberam que é preciso fazer uma ETAR antes da ribeira desaguar na praia?”
Os matosinhenses que vivem lá no dia a dia, frisou Bruno Pereira, “verificam que não há qualquer cuidado ambiental”.
Entrevista na íntegra para ouvir aqui: