Associação alerta para fraca aposta na recolha porta-a-porta de biorresíduos

Foto: LIPOR

A associação ambientalista Zero alertou hoje para a “fraca aposta dos municípios na recolha porta-a-porta de biorresíduos”, o que, avisa, “perpetuará incumprimento de metas de reciclagem”.

Num comunicado hoje divulgado, a associação lembra que os municípios têm até ao fim do ano para operacionalizar a recolha seletiva de biorresíduos, e explica que analisou as soluções de recolha propostas por 84 municípios, com grande parte deles a optar por soluções que levarão a uma “baixa taxa de recolha”.

“A aposta da maioria dos municípios recai sobre uma recolha seletiva na via pública, a solução mais fácil de implementar, mas que só pode ter um resultado: o incumprimento por parte de Portugal das metas comunitárias de preparação para a reutilização e reciclagem de resíduos urbanos de 55% já em 2025”, alerta a Zero no comunicado.
E acrescenta que lhe parece certo que Portugal “continuará a desperdiçar recursos fundamentais para os solos portugueses ao mesmo tempo que gasta dinheiro em projetos que apenas vão encher os aterros ou aumentar a queima de resíduos”.

A associação defende que os apoios para os sistemas de recolha seletiva de biorresíduos devem ter em conta, nomeadamente, se são soluções que demonstrem melhores taxas de captura e se obrigam a um acompanhamento regular dos utilizadores que fazem compostagem doméstica e comunitária.

Dos 84 municípios, escolhidos aleatoriamente, apenas 25 incluem a recolha porta-a-porta para os produtores domésticos, que é dos sistemas mais eficientes, e destes só em seis é que o modelo abrange mais de metade da população, com os restantes a abrangerem menos de 10% da população, diz a Zero.

Ao contrário, a maioria dos municípios opta pela recolha na via pública, idêntica aos “ecopontos”, que terá baixa taxa de recolha, o mesmo acontecendo com a recolha de proximidade (resíduos colocados em sacos de cor específica e colocados nos contentores de indiferenciados), preconiza a Zero.

Os biorresíduos representam 40% dos resíduos produzidos pelos portugueses.

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