Entrevista a José Pedro Rodrigues, candidato CDU à Câmara de Matosinhos (com Podcast).
José Pedro Rodrigues, tem 43 anos, é natural de S. Mamede de Infesta e licenciado em Comunicação Social pela Universidade do Minho.
Eleito em 2013 e em 2017 para a Câmara Municipal de Matosinhos. Atualmente tem a seu cargo os pelouros de Transportes, Mobilidade e Proteção Civil.
Pandemia foi maior “desafio” da vida de José Pedro Rodrigues
A pandemia veio colocar o vereador, dado ter o pelouro da Proteção Civil, na berlinda. José Pedro Rodrigues admite que este “foi o maior desafio” da sua “vida política e pessoal”. Afinal, “nenhum de nós estava preparado para uma situação desta natureza”.
José Pedro Rodrigues especificou que, no início do mandato, “conseguimos tomar as medidas necessárias para fortalecer o serviço de Proteção Civil “ e “criar uma rede e garantir o reforço de meios quando a pandemia surgiu”.
O ainda vereador recorda: “fomos talvez o primeiro município português a criar um plano de contingência para os serviços municipais”.
Logo na semana a seguir ao confinamento, lembra José Pedro Rodrigues, “criámos, em colaboração muito estreita com a Saúde Pública, visitas presenciais a todas as instituições que cuidam de idosos e pessoas com deficiência para apoiar na criação de planos de contingência, estamos a fazê-lo ainda com outros setores de atividade. Não nos limitamos a avaliar as coisas à distância, vamos ao terreno”.
De tudo isto há lições a tirar, frisa José Pedro Rodrigues, “a saúde e o cuidado das pessoas idosas não pode ser um negócio, temos que ter o reforço de uma rede pública destes cuidados”.
Como balanço do trabalho na autarquia e nos seus pelouros, JP Rodrigues, salienta o novo serviço de urgência de ligação da A28 ao Hospital Pedro Hispano, inaugurado em 2018, uma obra que demorou 20 anos a acontecer; o aumento do número de linhas de transporte público, sobretudo no norte do concelho; integração de todas as linhas no passe Andante um ano e meio antes de todos os outros municípios; criação de passes gratuitos a estudantes dos ciclos de ensino obrigatório e alargamento a todos os cidadãos com deficiência ou incapacidade igual ou superior a 60%; e mais recentemente, a comparticipação em 50% do custo dos passes para estudantes do ensino superior que residem em Matosinhos.
“perdemos mais com a ineficiência de mobilidade metropolitana de pessoas e de empresas do que o que o Estado ganha com as parcerias público-privadas das SCUT”
Na área da mobilidade, há um estudo de reformulação da VCI que coloca um novo pórtico no concelho de Matosinhos. A presidente da Câmara de Matosinhos já disse que não concorda com mais esse pagamento de portagens a afetar os matosinhenses. O vereador da CDU e recandidato considera que o princípio destas auto-estradas, criadas para melhorar a mobilidade nos concelhos metropolitanos, como a Maia e Matosinhos, que era suposto serem gratuitas, foi “adulterado” com as portagens nas SCUT.
“Defendemos que as portagens têm que desaparecer, pois perdemos mais com a ineficiência de mobilidade metropolitana de pessoas e de empresas do que o que o Estado ganha com as parcerias público-privadas das SCUT”, defende Rodrigues.
O candidato é de opinião que, “neste momento, as portagens nas SCUT, estão a prejudicar muito seriamente as empresas e são um obstáculo à economia do Norte do país”.
Encerramento da Refinaria de Leça é “crime económico” para todo o Norte
O encerramento da Refinaria da GALP é considerado pelo candidato da CDU “um disparate, um erro, um crime económico muito sério para a realidade da economia e indústria do Norte do país, que depende” desta empresa.
E explica que há um conjunto de produtos do nosso dia a dia que depende de compostos produzidos na Refinaria, como por exemplo, tintas, vernizes, óleos lubrificantes e revestimentos de medicamentos.
Diz JP Rodrigues que “vamos ter que passar a importar o que era produzido em Leça da Palmeira e que exportávamos”. Ou seja, “agora vamos perder 500 milhões de euros/ano”, o valor das exportações que fazíamos, e “vamos ter que começar a importar esses materiais”. É uma “decisão negra” para o país, sublinha.
O candidato da CDU preocupa-se com os trabalhadores da Refinaria, mas também com toda a economia circundante, incluindo no concelho da Maia, que vai sofrer com esta decisão: “as estimativas por baixo apontam que, para cada posto que se vai perder na Refinaria, vão desaparecer 7 empregos em economia relacionada”.
PRR deve ser aplicado na Habitação Pública, estruturas para atrair indústria tecnológica e de mobilidade
Para o próximo mandato, há três preocupações da candidatura da CDU “muito cirúrgicas” e onde poderão ser investidos os fundos do PRR – Plano de Reestruturação e Resiliência: Habitação – desenvolvimento de habitação para disponibilização a custos controlados; investimento associado à dinamização empresarial e da atividade industrial (infraestruturação de áreas de investigação e desenvolvimento de tecnologia e melhoria de rede de transportes); reforço da infraestrutura de transporte público, ferroviário, metro-bus e rodoviário.
Marca que pretende para Matosinhos?
“Diz-se que Matosinhos é uma terra de horizonte e mar, nós queremos que seja uma terra de horizonte, mar, de emprego com direitos, onde se respira bom ar, com orgulho da qualidade dos espaços públicos, da limpeza das praias e da limpeza do rio Leça, do rio Onda… um município onde não se perca muito tempo da casa para o trabalho, um município onde se aprende bem nas escolas e as crianças tenham condições para serem felizes…”