APROLEP quer intervenção do governo para que o litro de leite seja melhor pago ao produtor

foto de arquivo

Os produtores de leite querem ver urgentemente uma intervenção do governo junto das empresas de distribuição para que haja aumento do preço pago ao produtor. Os agricultores afirmam estar “num beco sem saída”, face ao aumento dos custos de produção nos últimos anos.

Desde o início de 2021, a APROLEP – Associação de Produtores de Leite tornou públicas as dificuldades sentidas pelos produtores com o aumento dos custos de produção, que deverá atingir 40 cêntimos por litro de leite em janeiro próximo.

Os produtores de leite denunciam que o preço do leite pago à produção continua 6 cêntimos abaixo do preço médio comunitário e apelam ao governo que interceda pelos produtores junto da distribuição e da indústria.

Enquanto isso, a APROLEP em comunicado aponta hoje que “os vários compradores responderam ser impossível aumentar o preço do leite porque a grande distribuição usava-o como isco para atrair os consumidores. Apesar de, finalmente, ter havido um pequeno aumento entre 1 e 1,5 cêntimos por litro a partir de outubro (consoante os compradores), continuamos 6 cêntimos abaixo do preço médio comunitário e de compensar um custo de produção que deverá atingir 40 cêntimos por litro de leite em janeiro próximo”.

Recorde-se que a APROLEP optou também por denunciar publicamente a desvalorização do leite em sucessivos comunicados, “colocando 200 pares de botas, em fevereiro, frente à Câmara do Porto e levando 150 tratores numa manifestação de agosto na Trofa, onde entregámos um simbólico caixão junto a cada superfície comercial. Reforçámos essa mensagem com a entrega de dois fardos de palha junto a duas das superfícies comerciais que continuaram a abusar de promoções nos meses seguintes”.

Ao longo destes meses, a associação assegura que tentou, “de forma discreta, estabelecer um diálogo construtivo, contactando as várias cadeias de supermercados”.

Também, adianta a APROLEP, foi contactada a APED, Associação das Empresas de Distribuição, com a qual houve uma reunião que decorreu há poucas semanas. Agora, a APROLEP aguarda idêntica reunião com a ANIL, Associação dos Industriais de Lacticínios.

A Associação representativa dos produtores refere que tem agora “a perceção que a luta começa a dar frutos” ao verificar nas visitas aos hipermercados que “o leite e os produtos lácteos estão mais valorizados e as promoções são menos radicais. O consumidor está a pagar um pouco mais, mas é urgente que esse valor chegue ao produtor”.

No comunicado de hoje, a APROLEP desafia a Ministra da Agricultura a “fazer alguma coisa pelo setor e perguntar à distribuição e à indústria quando vão passar esse valor para o produtor. Janeiro está à porta e virá com novos aumentos dos custos de produção. Não há mais tempo para desculpas e atrasos. Estamos num beco sem saída”.

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