O mercado imobiliário nacional ainda dá mostras de uma atividade salutar. Marcado por uma evolução positiva ao longo de todo o ano, com a ocasional exceção localizada, consta entre os poucos segmentos económicos que não acumulou avultadas perdas.
Desta forma, a resiliência do sector imobiliário em Portugal susteve-se face a uma das mais duras provas dos últimos anos, com a procura turística a cair para mínimos históricos e uma contração económica com resultados ainda imprevisíveis.
A evolução de preços observadas entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 revelam uma subida de 0,5%, segundo o mais recente barómetro de preços da Imovirtual. Em termos práticos, tal significa que o valor de venda médio a nível nacional era de €346.386 e situa-se agora nos €347.955.
Na prática, o que significam estes valores relativamente a outros locais do país e para quem pondera comprar casa?
Preços Para Todas as Bolsas
Não se deixe demover pelos elevados valores mencionados, pois em muito pesam aqueles praticados nos grandes centros urbanos, com Lisboa, Porto, Faro e Madeira a figurar no topo de uma tabela largamente valorizada.
Estes valores em muito advêm da elevada pressão turística observada até finais de 2019 e, como tal, descrevem um tremendo contraste em relação aos valores praticados no interior do país. Dessa forma, e ao colocarmos foco nos distritos do interior, as disparidades de valores tornam-se por demais óbvias.
Com opções de longe muito mais acessíveis, os preços de casas em Évora encontram-se em janeiro de 2021 com um valor médio de venda de €194.801. Tal representa uma variação de -4,7% em relação ao mês anterior caindo dos €204.328 então registados. Na mesma situação encontra-se Bragança, em janeiro de 2021 registando valores de venda médios de €214.479 que revelam uma quebra de -1,6% dos 217.882 do mês anterior.
Uma realidade completamente distinta para aqueles que possam ponderar a vida fora de um grande centro urbano e beneficiar de muitos dos seus apelos.
A Altura Ideal Para Comprar?
Em alguns distritos do interior verificou-se um novo fôlego no mercado habitacional, muito em parte movido pela crescente procura turística em plena pandemia ou pela incontornável adoção do teletrabalho. Apesar disso, distritos como Évora e Bragança sugerem que a correção em baixa dos valores imobiliários aqui praticados poderá ainda não ter terminado.
Não são, aliás, muitos os distritos onde os valores médios de venda se situam acima dos €200.000 (com a óbvia exceção dos mencionados no início deste artigo). Como tal, é plausível que esta variação em baixa se deva a uma correção observada um pouco por todo o mercado no interior do país. Tal justifica que alguns distritos como a Guarda registem subidas de 3,1%, Beja 3,2% ou até Vila Real com 2,4%. Tudo isto no espaço que separa dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
Os próximos meses poderão ainda revelar uma maior tendência de correção destes valores, sendo, portanto, importante seguir os resultados mais recentes de forma a decidir com base em números fiáveis.