Em comunicado o PCP acusa executivo de reduzir acesso aos cuidados de saúde infantis no distrito do Porto.
Em comunicado enviado à redação, a Direção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP denuncia que a proposta do Ministério da Saúde para a reformulação da Rede de Referenciação Hospitalar em Pediatria representa “um golpe no acesso à saúde das crianças do distrito do Porto”. O documento, que se encontra em consulta pública, prevê a concentração de serviços hospitalares e a desclassificação de unidades com capacidade instalada, entre as quais os hospitais de Matosinhos, Vila Nova de Gaia e Póvoa de Varzim ou ainda Penafiel.
De acordo com o PCP, a proposta limita estas unidades a consultas, internamento e urgências de Pediatria Geral, retirando-lhes valências em áreas especializadas como Gastroenterologia, Endocrinologia, Nefrologia e outras subespecialidades atualmente existentes. A força política alerta ainda que a medida irá sobrecarregar os Hospitais de Santo António e de São João, pondo em causa a continuidade das equipas de profissionais altamente diferenciadas e a qualidade dos cuidados prestados às populações.
E especifica: “Desclassificam-se Unidades Locais de Saúde como a de Vila Nova de Gaia, Matosinhos e Penafiel, limitando-as a consultas, internamento e urgências de Pediatria Geral, abdicando de dedicação em áreas específicas e sub-especialidades atualmente existentes – como acontece com a Gastroenterologia, a Endocrinologia, a Nefrologia ou em áreas de diferenciação como patologia respiratória ou de crescimento, perturbações de desenvolvimento ou obesidade. Na Póvoa de Varzim, limita-se aos cuidados gerais, quando se exigia outro desenvolvimento e continua por cumprir há décadas a construção do novo hospital. Santo Tirso fica de fora desta rede, dando mais um passo para pôr em causa o serviço de Pediatria, que tem sido paulatinamente reduzido e está já com graves limitações de funcionamento.”
O partido critica também o recurso à consulta pública apenas na fase final do processo, sem auscultação prévia dos profissionais de saúde, das unidades afetadas ou dos utentes. A DORP do PCP considera que o Governo pretende “cristalizar o percurso de concentração da resposta do Serviço Nacional de Saúde”, favorecendo a expansão do setor privado.
No mesmo comunicado, os comunistas apelam a que o executivo reverta a proposta, valorize os profissionais e reforce o financiamento do SNS, garantindo assim o acesso universal e de qualidade aos cuidados pediátricos no distrito do Porto.