A Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável fez uma estimativa dos atuais tempos de viagem em transporte público, de carro privado e de bicicleta, entre as cinco freguesias mais populosas de cada Área Metropolitana de Lisboa e Porto e os respetivos centros económicos.
Entre as conclusões do estudo, a Zero aponta que os corredores dedicados “permitiriam que o transporte público fosse mais rápido que o carro nos principais eixos de acesso a Lisboa e Porto”.
A associação defende ainda a criação de Zonas de Zero Emissões (ZZE), com trânsito de veículos privados “fortemente condicionado”, além da eletrificação das carreiras de transporte público e reforço da sua frequência.
O estudo foi realizado no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, que está a decorrer desde 16 de setembro, e fez uma estimativa dos atuais tempos de viagem entre as cinco freguesias mais populosas de cada Área Metropolitana (AM) de Lisboa e Porto e os respetivos centros económicos — Saldanha, em Lisboa, e Casa da Música/Boavista, no Porto.
O total das cinco freguesias analisadas em cada uma das áreas metropolitanas (Algueirão/Mem Martins, Odivelas, Cascais/Estoril, São Domingos de Rana e Oeiras/Paço de Arcos/Caxias, na AML e Matosinhos e Leça da Palmeira, Senhora da Hora e São Mamede Infesta, Mafamude e Vilar Paraíso, Rio Tinto e Gondomar/Valbom e Jovim, na AMP) concentram entre 10% a 15% da sua população, segundo a associação ambientalista.
De acordo com a Zero, os resultados do estudo revelam que, na hora de ponta da manhã (entre as 6h00 e as 9h00), para a maior parte dos trajetos avaliados o carro apresenta “tempos de viagem menores e o transporte público obriga a mais de um transbordo, o que reduz em grande medida a atratividade dos modos coletivos”.
“A criação de corredores exclusivos para autocarros na rede metropolitana de vias rápidas e autoestradas que se prolonguem até ao centro económico dos concelhos de Lisboa e Porto onde deverão ter prioridade semafórica, permite que possam ser operados serviços expresso e tornar o transporte público regular mais rápido do que o automóvel nas horas ponta, em especial nas ligações radiais estruturantes”, exemplifica a Zero.