Plano Estratégico do Porto de Leixões pronto para ser apresentado este mês

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foto: Facebook Porto de Leixões

“Estamos mesmo numa fase final de apresentação dos planos, até ao dia 30, a tutela assim o pediu. A partir daí, eu conto, um dia, fazer uma sessão no Porto de Leixões de apresentação do plano estratégico para que toda a gente possa ter a visão do Porto de Leixões para os próximos 10 anos”, disse esta terça-feira João Pedro Neves, presidente do Porto de Leixões, na sede da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), em Matosinhos.

João Pedro Neves falava no painel “Que Futuro para o Porto de Leixões?”, no âmbito da Porto Maritime Week, organizada pela revista Transportes e Negócios no auditório Infante D. Henrique, na APDL.

O líder da administração portuária revelou que o plano “está pronto” e recebeu o contributo da comunidade portuária, mas ainda é necessário “algum conforto do município de Matosinhos”.

“Nós somos um porto abraçado por uma cidade que, por vezes, nos apoia, mas, por outras vezes, não gosta de nós. Portanto, há aqui uma mistura de sentimentos nesta relação que temos com a autarquia”, referiu.

O plano a 10 anos tem 18 ações, entre as quais uma para “o aumento de capacidade de navegabilidade do porto de Leixões, que tem a ver com a construção do quebra-mar, que vai estar concluído em 2026”.

Outra versa sobre o aumento da capacidade para contentores, associada à construção de um cais para navios de “300 metros de comprimento e 14 metros de calado”, e outra “visa melhorar as condições da operação da carga geral e de granéis sólidos”.

Estará ainda em causa “uma ação para reconverter o terminal petroleiro de Leixões”, que, com o fecho da refinaria da Galp, passou de processar nove milhões de toneladas para dois milhões de toneladas, abrindo margem para “aquilo que o Porto de Leixões mais precisa, que é área e fundos para navios maiores”.

Outras áreas abordadas, segundo João Pedro Neves, são serviços de apoio à autoridade portuária, gestão de ativos do porto, melhoria das acessibilidades terrestres rodoviárias e ferroviárias (incluindo a conclusão da integração do terminal anteriormente gerido pela Infraestruturas de Portugal), transformação digital, transição energética e gestão ambiental.

Porém, João Pedro Neves lamentou “não ter resposta” imediata para a vontade do investimento privado no porto, que esbarra em “constrangimentos legais” que “têm que ser respeitados”, apesar de a União Europeia até incentivar “que o investimento em terminais seja feito pelos privados e não pelas entidades públicas, porque normalmente são investimentos rentáveis”.

Isto apesar de a APDL ter em carteira, atualmente, cerca de 230 milhões de euros de investimento público, entre os quais 180 milhões dos quais no prolongamento do quebra-mar, e 10 milhões no novo centro inspetivo, já adjudicado.

“Toda a gente quer fazer o investimento, e a questão é porque é que não se faz. E porque é que não se faz? Porque nós não estamos a conseguir arranjar um modelo de contratação desse investimento privado, que tem regras”, referiu.

Apesar disso, saudou o anúncio nda véspera do secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, que anunciou em Leixões que o prazo máximo das concessões portuárias vai aumentar de 30 para 75 anos.

“Isso é um primeiro passo, pode já dar aqui uma grande ajuda, sem ele também não podemos começar”, salientou o presidente da APDL.

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