Matosinhos acolhe Conferência Internacional da Rede Mediterrânica Segunda Oportunidade

Luísa Salgueiro_Foto CM Matosinhos

Especialistas das áreas da educação, formação e integração profissional estiveram ontem reunidos em Matosinhos para refletir e partilhar conhecimentos, experiências e boas práticas que ajudem os jovens, em situação de abandono escolar, com baixas qualificações e em situação de desemprego, a encontrar o seu lugar na sociedade.

Uma conferência internacional, em torno do tema “Trabalhar em conjunto para oferecer um futuro melhor para os jovens no Mediterrâneo”, foi organizada pela MedNC Network – Rede Mediterrânica de Segunda Oportunidade, da qual o município de Matosinhos faz parte desde 2017.

A Rede MedNC representa atualmente 55 mil jovens de dez países do sul da Europa, do norte de África e do Médio Oriente, sendo que um terço destes jovens não trabalha nem estuda.

A União Europeia estabeleceu como meta para 2030 uma taxa de abandono escolar precoce abaixo dos 9%. Em Portugal, em 2022, a taxa foi de 5,1% (dados do Instituto Nacional de Estatística), representando uma descida significativa. Em 2016, a taxa era de 14%.

Em Matosinhos, a Escola de Segunda Oportunidade abriu as suas portas a 1 de setembro de 2008. Apresenta-se como uma resposta socioeducativa especializada, a tempo inteiro, dirigida a jovens provenientes de contextos vulneráveis. Oferece uma nova abordagem ao problema persistente do abandono precoce da educação e formação e das baixas qualificações dos jovens, facilitando os seus processos de transição da situação de abandono escolar para uma bem sucedida integração em percursos de formação, emprego e cidadania, através do desenvolvimento de processos de estruturação individual e da utilização de metodologias de intervenção fortemente motivacionais, designadamente programas artísticos, e respostas socioeducativas integradas.

A presidente da Câmara de Matosinhos recordou que esta “foi uma resposta que acolhemos, que foi sendo alargada a outros municípios, que ganhou uma escala nacional, e que representa a atenção que o país deu, com a criação da Rede Nacional de Escolas de Segunda Oportunidade”. E salienta que “se não fosse este projeto, a vida destes jovens teria sido diferente”.

“Não trabalhamos para reduzir estatísticas, melhorar indicadores ou para ter melhores rankings do que os nossos vizinhos, mas sim para fazer a diferença na vida dos nossos concidadãos. O acesso à educação e à formação tem de ser para todos”, afirmou o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes.

Por sua vez, o ministro da Educação, João Costa, por videoconferência, defendeu a importância da qualificação para a cidadania. “Há 30 anos, em Portugal, a taxa de abandono escolar precoce era superior a 50%. Quanto mais qualificados somos, melhores são as oportunidades de emprego, de remuneração, de arranjar novamente trabalho em caso de desemprego”.

 

Numa mensagem de vídeo gravada, Nicolas Schmit, comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais, defendeu a importância das escolas de segunda oportunidade e a sua abordagem positiva da aprendizagem, enquanto alternativa flexível.

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