Trabalhadores da Refinaria de Sines sugerem que empresa reintegre antigos funcionários de Matosinhos

A Comissão de Trabalhadores da Galp considerou esta segunda-feira, o investimento anunciado na descarbonização da refinaria de Sines “importante para o futuro” daquela infraestrutura, defendendo a contratação dos ex-quadros de Matosinhos para novos empregos ali criados.

“Relativamente aos investimentos, consideramos positivo que eles tenham sido agora aprovados, mesmo que com atraso. Era uma reivindicação da Comissão Central de Trabalhadores que eles fossem feitos o mais rápido possível, uma vez tinham sido anunciados em 2021 e ainda não tinham sido concretizados, ou, pelo menos, nem aprovação tinha havido”, afirmou o presidente da Comissão de Trabalhadores (CT) da Galp em declarações à agência Lusa.

Embora não tenha ainda sido “informada oficialmente pela administração” sobre estes investimentos de 650 milhões de euros, a CT diz ver “com expectativa” que venham a traduzir-se em novos postos de trabalho em Sines e considera que esta deve ser uma oportunidade para fazer regressar aos quadros alguns dos trabalhadores da antiga refinaria de Matosinhos.

“Há ainda há trabalhadores que foram despedidos da refinaria do Porto e que não têm a sua situação resolvida. Uns continuam no desemprego, outros continuam em empregos precários e era importante que a empresa levasse em conta a situação destes trabalhadores de forma a resolvê-la e, possivelmente, querendo os trabalhadores, que pudessem vir para os quadros novamente da empresa para estes novos investimentos”, sustentou Hélder Guerreiro.

Embora admitindo que em causa estaria uma “deslocação grande”, o responsável da CT considera que, havendo essa vontade por parte dos trabalhadores, “a empresa deve criar condições para que vão para Sines”.

Segundo detalhou à Lusa, dos cerca de 150 funcionários abrangidos pelo despedimento coletivo feito aquando do encerramento da refinaria de Matosinhos de Petrogal, haverá atualmente “cerca de 50 trabalhadores inscritos no IEFP [Instituto do Emprego e Formação Profissional]”.

“Porém, há outros aos quais o IEFP perdeu o rasto, ou porque não estão inscritos ou porque estão inscritos noutras áreas que não Matosinhos”, disse, enfatizando que “há vários trabalhadores dos quais não se sabe bem em que situação estão”.

A Galp anunciou ontem que tomou a Decisão Final de Investimento sobre dois grandes projetos de descarbonização da refinaria de Sines, num investimento total de 650 milhões de euros, que deverão entrar em funcionamento em 2025.

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