«Numa altura em que o Governo pretende aumentar o parque público habitacional, Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos e da Associação Nacional de Municípios (ANMP), coloca apressadamente à venda, através de hasta pública, 11 lotes municipais, com 3000 metros quadrados de construção, por um milhão e meio de euros – bem abaixo do preço de mercado», refere em comunicado o PSD Matosinhos.
A proposta foi aprovada na última reunião do executivo, com os votos contra dos vereadores do PSD, que avançam que o partido irá manter esta posição na reunião de Assembleia Municipal, que se irá realizar esta segunda-feira.
Na opinião de Bruno Pereira, responsável pelo PSD de Matosinhos e vereador, “estes terrenos destinados para construção de habitação unifamiliar, num local nobre da Senhora da Hora, em nada vai beneficiar a quem precisa de uma habitação, nomeadamente jovens casais, para no futuro, poderem criar as suas famílias, em habitação digna a um preço equilibrado.”
Segundo informação dos serviços municipais: Os lotes serão vendidos por proposta em carta fechada, por valores de cerca de 500 euros o metro quadrado (m2). “Ou seja, o valor base rondará entre os 116.570 euros e os 174.850 euros, valores iniciais incomportáveis para a classe média, visto que acrescem ainda custos de construção das habitações, os quais devem rondam os 350.000 euros. Os lotes que vão ser alienados, vão dar origem a habitações transacionadas entre os 500 mil e os 650 mil euros. A quem beneficia esta transação?” – interroga Bruno Pereira.
Na verdade, Luísa Salgueiro, na qualidade de líder da ANMP, elogiou, e muito, o governo e o seu plano «Mais Habitação», mas em Matosinhos adota uma postura bem diferente, ao despachar à pressa terrenos municipais antes da entrada em vigor das medidas anunciadas, pelo se lhe aplica a citação popular de “Bem prega Frei Tomás, olha para o que ele diz, não olhes para o que ele faz” – acusa o PSD no seu comunicado.
O vereador do PSD defende que o município deveria “dar o exemplo a nível nacional e implementar Habitação Combinada (habitação multifamiliar que num só espaço, albergue diversas frações) e a Custos Controlados para jovens famílias da classe média”.
No comunicado, pode ainda ler-se: “As políticas de planeamento urbanístico de Matosinhos, deveriam ter tido mais detalhe principalmente na opção (prioritária) pela reabilitação urbana, na colmatação dos espaços sobrantes, na requalificação temporária de vazios urbanos, na valorização das áreas verdes, e em soluções inovadoras nos domínios da mobilidade, da eficiência energética, da prevenção e redução de riscos naturais, e da expansão da rede metro, entre outros”.