A ministra da Saúde reconheceu hoje que os concursos para médicos especialistas não respondem a todas as necessidades do sistema e disse que o Governo espera dar resposta a algumas delas através da contratação direta.
Marta Temido, que falava na sua primeira audição regimental desta legislatura na Comissão Parlamentar de Saúde, disse que a dedicação plena dos médicos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) será uma das apostas do Governo.
“Abrimos vagas que resultam da junção de necessidades manifestadas pelos serviços e da disponibilidade de especialistas (…). Sabemos que o numero de recém-especialistas que apresentaram candidaturas a este concurso é inferior (…). Há mais necessidades do que as que estão expressas no concurso e esperamos que por via da contratação direta algumas delas possam ser satisfeitas”, afirmou Marta Temido.
A deputada do Bloco de Esquerda Catarina Martins questionou Marta Temido sobre o facto de os hospitais não terem autonomia para preencher vagas de quadro vazias e lembrou que mais de metade dos médicos de saúde pública estão no privado, perguntando quais as soluções que o Governo tem para conseguir captar para o serviço público parte dos profissionais que dele saíram.
Na resposta, a governante disse que mesmo que o Governo conseguisse captar todos os especialistas formados no país, o SNS continuaria com dificuldades de resposta em algumas áreas, designadamente porque muitos destes profissionais, por causa da idade, não são obrigados a fazer urgências.
“Estamos empenhados na dedicação plena, de modo a que seja um dos aspetos que permita cativar os profissionais para o SNS”, respondeu a ministra, apontando ainda a maior autonomia dos hospitais, designadamente para contratação.