Autarquia de Matosinhos mostra-se disponível para apoiar expropriados da Petrogal

Luísa Salgueiro (imagem de arquivo: © Notícias Primeira Mão)

 

Os herdeiros dos expropriados de 260 hectares de terrenos que serviram de base à implantação da Refinaria em Leça da Palmeira querem a reversão da decisão dos anos 60 e questionaram a Câmara de Matosinhos se poderá apoiar as famílias neste processo. Luísa Salgueiro mostrou abertura.

Foi em 1961 que o governo de Salazar começou a expropriar terrenos em Leça da Palmeira, Matosinhos, para ceder à SACOR, atual Petrogal, para ali construir uma refinaria.

Várias famílias ficaram sem as propriedades mediante uma compensação. Um total de 260 hectares deram lugar à Refinaria, que funcionou durante meio século.

A produção de combustível parou em abril deste ano, continuando a incerteza quanto ao futuro reservado para os terrenos onde está implantada a indústria. Perante isto, os herdeiros dos expropriados querem respostas.

Na Assembleia Municipal de Matosinhos da passada segunda-feira uma munícipe questionou a autarquia sobre de que forma esta poderia apoiar os afetados no sentido de reverter as expropriações. A presidente da Câmara Luísa Salgueiro mostrou disponibilidade para ajudar, analisando-se caso a caso.

Ainda assim, a autarca em declarações ao Porto Canal afirmou que existem muitas dúvidas quanto a eventuais reversões: “pelo conhecimento que tenho isso não é automático; não sei se existe direito de reversão ou não, é preciso consultar os processos”.

A presidente da Câmara de Matosinhos refere que o município pode apoiar juridicamente essas famílias a encontrar respostas nos seus processos, “tal como temos um gabinete criado para dar apoio individualizado a todos os trabalhadores que foram objeto da decisão, também temos toda a disponibilidade para apoiar as famílias para as encaminharmos da melhor forma possível”.

Luísa Salgueiro volta a esclarecer que a decisão do futuro da indústria a instalar na Refinaria será uma decisão que “pertence à GALP” e que a empresa está a preparar “um Masterplan para aquilo que pretende que se realize naquele local e que ainda não conhecemos, esperando-se que a GALP oportunamente dê a conhecer os planos para aquela localização”.

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