Silva Tiago (PSD/CDS) destaca o “papel fortíssimo” da Câmara durante a pandemia e anuncia projetos para impulsionar a Maia – c/ Podcast

Silva Tiago_foto Arquivo PM
Entrevista a Silva Tiago, candidato pela coligação Maia em Primeiro (PSD/CDS) à Câmara da Maia.

 

António Silva Tiago, tem 62 anos, é engenheiro civil. Foi deputado na Assembleia Municipal de 1985 a 1989. E exerceu funções diversas no município a partir de 1989, como nos SMAS e como vereador nos pelouros de Ambiente, Educação e Obras.
É presidente da Câmara da Maia desde 2017 e recandidata-se pela coligação Maia em Primeiro, constituída pelo PSD e CDS.
Depois de uma pandemia e de um ‘cataclismo’ judicial que ameaçou o seu mandato, há quem lhe aponte uma resiliência notável, como foi o caso da sua Mandatária Maria de Lurdes Maia, na apresentação oficial.
E a prova dessa resistência poderá ser a vontade de responder com “trabalho” até 2028, o objetivo que Silva Tiago anunciou aqui numa entrevista ao Primeira Mão em novembro passado. “Sim, é exatamente isso”, a força continua atual, repete agora nesta entrevista Silva Tiago.
O recandidato explica ainda que, ao longo deste tempo, quis “salvaguardar a marca da Maia” e do seu parque empresarial e tecnológico, com os “mais de 2 mil postos de trabalho de 70 empresas, que todos os anos geram um movimento financeiro de mais de 100 milhões de euros”. Foi essa preocupação que aliou à sua defesa e à da Câmara, juridicamente, até “ganharmos, porque a razão estava do nosso lado”, frisa Silva Tiago.
Novo Parque Milénio terá empresas tecnológicas e living lab agro-florestal
De resto, adianta o autarca maiato que o “foco no futuro é a atração de empresas de valor acrescentado e de base tecnológica”, anunciando o novo Parque Milénio, que ficará na zona mais a leste do concelho, junto da A41.
A breve prazo vai ser lançado o concurso para o novo nó de acesso à auto-estrada e, logo a seguir, no início do próximo mandato, “vamos lançar a empreitada desse novo espaço”.
O projeto, revela Silva Tiago, contemplará um bosque, “o chamado “living lab agro-florestal, numa área da freguesia de Nogueira e Silva Escura”. Serão cerca de 30 hectares associados a uma “zona de lazer” e a um “campus social, onde iremos instalar novos equipamentos de apoio a seniores em comunhão perfeita com crianças e jovens”.
Segundo o autarca, esta “será uma nova centralidade com diversos serviços e atividades” criando uma “dinâmica económica, social e ambiental para o concelho”.

Investimentos nas freguesias
E para os críticos que afirmam que a Maia desenvolve-se a duas velocidades, a mais lenta nas freguesias, Silva Tiago, recorda vários projetos que provam o contrário. Começa por apontar os grandes investimentos em “modos suaves” em curso na união de Freguesias do Castelo da Maia; projetos idênticos em 14 vias em Águas Santas em que estão a ser melhorados os passeios; também no centro da Cidade, em Moreira e VN Telha; ainda as requalificações das duas Feiras em Pedras Rubras e na Cidade da Maia.
Silva Tiago recorda que já foi lançado o concurso público para concessão (por 30 anos) e exploração do Mercado do Castelo da Maia, no sentido de o transformar num mercado diário com praça de restauração e lojas “onde os jovens possam instalar-se”. Um concurso idêntico será feito para o Mercado de Pedrouços, cujo “procedimento está a ser ultimado”.
Enumera as intervenções que têm sido feitas nos Parques Urbanos, “uma marca distintiva da Maia, que é o segundo concelho mais verde do país, temos um rácio de 12,5 m2 por habitante de espaço público tratado”.
Estão a ser feitos “jardins de proximidade”: vai ser feito um jardim em Sangemil, outro no Chantre e estão a ser negociados terrenos em parceria com Matosinhos (Quinta de Fafiães com cerca de 30 hectares) para construir um parque intermunicipal. Como é uma área contígua ao rio Leça poderá ser um espaço-âncora do corredor verde, que os dois municípios estão a implementar – 1º troco de 7 quilómetros entre a Ponte de Moreira e a Ponte da Pedra. O corredor verde do Leça terá uma extensão total de 48 kms, entre Leça da Palmeira e Monte Córdova.
O projeto do corredor verde do rio Leça está a ser implementado com o apoio de uma associação onde entram os quatro municípios das margens do rio. Silva Tiago adianta que a Associação já conseguiu garantir do Fundo Ambiental um financiamento de “4 milhões de euros para investir nos próximos meses na limpeza e desassoreamento do rio Leça”.
O autarca tem a intenção de integrar o projeto do parque da Quinta de Fafiães nesta parceria de municípios, tentando assim o financiamento no âmbito da implementação do corredor verde.
Na pandemia município teve “papel fortíssimo”
Cerca de metade do mandato foi afetado pela pandemia, ainda assim, Silva Tiago considera que foi um “mandato muito realizador e profícuo” em diferentes áreas como Desporto, Educação, Cultura e Ambiente, onde “fizemos muitas coisas”.
A Maia foi um dos primeiros municípios a ser atacado pelo vírus, mas “soubemos responsavelmente responder a essa adversidade, sem poupar esforços a todas as entidades que precisavam de ajuda, sem grandes exaltações ou propagandas”, sustentou.
Lembrou os apoios às IPSS, às coletividades, às escolas, às empresas, na testagem e agora na vacinação, onde “estamos muito fortes”. E o autarca sublinha que foi o município, tal como todos os municípios a nível nacional, teve um “papel fortíssimo e insubstituível” e “suportou todos os encargos sem contrapartida do Estado”, que apenas assumiu as vacinas e os médicos e enfermeiros. Silva Tiago espera que possa haver a compensação através do PRR – Programa de Recuperação e Resiliência, que contempla este “tipo de custos acrescidos e excecionais com a pandemia”.
“Pacote da Saúde” traz novas USFs a três freguesias e um novo centro de Saúde Pública
Ainda a abordar o tema da Saúde, o recandidato de Maia em Primeiro divulga um projeto que está acordado com o Ministério da tutela, no âmbito da assunção de competências de Saúde pela Câmara em 2022.
Está “protocolada com a ARS Norte, a construção de três novas USFs – Unidades de Saúde Familiar, uma em Moreira, outra em Milheirós e ainda outra na zona leste do concelho, zona de S. Pedro Fins, Folgosa e Silva Escura. Vamos assinar entretanto um contrato-programa”.
Silva Tiago avança também com a construção de um Parque de Saúde Pública na Maia. “Será feito protocolo idêntico com a ARS para um projeto de construção de novas instalações para albergar toda a Saúde Pública do concelho: Delegação de Saúde, o ACES Maia-Valongo, e uma USF”.
Há alguns anos que a Saúde Pública e uma USF estão a funcionar nas instalações da Misericórdia da Maia, no centro da cidade. Estes novos projetos, de acordo com Silva Tiago, “fazem parte do chamado pacote da Saúde da Maia”, no contexto das novas competências municipais a partir do próximo ano, e que integrarão o financiamento do PRR.

Habitação e Transportes públicos
Também a coberto do PRR, a Maia vai beneficiar de cerca de 890 fogos de habitação social, alguns deles serão reabilitações de habitações e a maioria (756) serão novas construções. A Estratégia Local de Habitação será concretizada nos próximos cinco anos, sendo que existe uma comparticipação estatal acrescida que provém do PRR.
Outro projeto que já se encontra em lançamento é a nova Esquadra e Divisão da PSP, cujo concurso público irá ser lançado este ano. O edifício moderno vai ficar instalado no bairro do Sobreiro e albergará 150 agentes da PSP, melhorando a “segurança no concelho e em particular na Cidade da Maia”.
O PRR e também o PNI 2030 vão financiar a finalização da variante à EN14, que já foi adjudicada e é “uma reivindicação com mais de 30 anos”. Já foi feito um primeiro troço aqui na Maia, mas “a IP esqueceu-se de fazer os passeios e a Câmara vai ajudar” a resolver este problema.
Estes programas de investimentos vão servir para custear ainda a construção do novo pacote de linhas da rede do Metro do Porto. “Aqui na Maia está aprovada uma segunda linha, que vem do Hospital de S. João, passa por Pedrouços e Águas Santas, ainda Milheirós e Vermoim, até ao centro da Maia, e depois prolonga-se até ao Aeroporto, articulando-se na estação Os Verdes com a linha que já existe, a linha violeta”, explica Silva Tiago, que especifica que na rede do Metro estão aprovadas seis linhas.
A mobilidade vai ter melhorias com novas linhas de autocarros, que estão a ser ultimadas em parceria com o operador privado Maia Transportes para serem formalizadas ainda neste mandato.
O recandidato explica que serão duas linhas, uma que liga o Alto da Maia (junto às Piscinas) ao centro da cidade, e a outra faz a ligação desde Folgosa, passando por S. Pedro Fins, Silva Escura, Nogueira e finalmente ao centro da cidade.
Está ainda a ser ultimado com esse operador o transporte flexível, designado de transporte a pedido, para percursos dentro do concelho de forma programada, potenciando a rede, quer do metro, quer do STCP, quer ainda do comboio. Será uma forma de fazer a conexão entre as diversas estações de metro, autocarro e comboio, otimizando o acesso da população a estes meios.
É “objetivo plausível” ganhar nas 10 freguesias
No que respeita a objetivos políticos, Silva Tiago crê que é “perfeitamente plausível conseguir vencer em todas as Juntas de Freguesia”, por ter candidatos com “imenso mérito”.
O candidato de Maia em Primeiro afirma “não penso muito em estratégias”, antes dedica-se (e há décadas) a trabalhar pelo município. Silva Tiago sente-se com ânimo para fazer “mais e mais”, sempre com o objetivo de fazer com que residentes e visitantes da Maia “sejam felizes à sua maneira”.
Entrevista na íntegra (áudio):

 

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