Portugal registou em maio o maior excesso de mortalidade na União Europeia, com uma taxa de 19%, quase o triplo da média comunitária, de 6,6%, revelam dados publicados pelo gabinete de estatísticas da União Europeia.
De acordo com os dados publicados pelo Eurostat esta sexta-feira, enquanto no conjunto da UE o excesso de mortalidade – a percentagem de mortes adicionais em comparação com a média mensal de óbitos no período entre 2016-2019 – recuou em maio para os 6,6% depois de em abril ter alcançado o valor mais elevado de 2022 (10,7%), em Portugal aumentou pelo quarto mês consecutivo, subindo de 12,4% em abril para 19% em maio, o valor mais elevado entre os 27 Estados-membros, seguido da Grécia (17%) e Irlanda (13%).
O Eurostat aponta que cinco Estados-membros registaram valores abaixo da média mensal nacional no período 2016-2019 (anterior à pandemia de covid-19), designadamente Bulgária e Lituânia (ambas com -2%), e Eslováquia, Hungria e Croácia (todas com -1%).
Em Portugal tem-se registado um crescimento progressivo do excesso de mortalidade desde janeiro de 2021, mês em que até se verificou um valor abaixo da média mensal nacional em comparação com o período 2016-2019, de -4,4%. Em fevereiro, aumentou para 4,1%, em março para 6,9% (superando então a média da UE, de 6%), em abril para os 12,4% (face a 10,7% da União) e, em maio, para os 19%, o valor mais elevado em Portugal desde fevereiro de 2021 (24,6%).
No conjunto dos 27, a UE registou os maiores picos de excesso de mortalidade em abril de 2020 (25%), novembro de 2020 (40%), abril de 2021 (21%) e novembro de 2021 (26%), enquanto em Portugal o pico foi registado em janeiro de 2021 (60,5%).