O aumento de casos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2 entre os assistentes operacionais das escolas está a preocupar alguns diretores escolares que admitem ter de encerrar estabelecimentos caso a situação se agrave.
No Agrupamento Cego do Maio, na Póvoa de Varzim, há oito assistentes operacionais em casa devido à Covid-19. “Os casos positivos têm subido muito e se a situação continuar assim poderei ter de encerrar a escola na próxima semana” disse, à Lusa, Arlindo Ferreira, diretor do agrupamento onde habitualmente trabalham cerca de duas dezenas de funcionários.
Na segunda-feira arrancou a campanha de testagem à Covid-19 a professores e trabalhadores não docentes, mas, no agrupamento da Povoa de Varzim, o processo está agendado apenas para a próxima semana. Os casos de infetados que Arlindo Ferreira tem recebido são de testes realizados por iniciativa dos próprios trabalhadores. O diretor teme que na próxima semana possam aumentar.
O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, sublinha que as escolas “fazem tudo para não fechar, mas se houver uma vaga poderá ser impossível impedir que tal não aconteça”.
Filinto Lima disse, à Lusa, que os diretores podem pedir aos assistentes operacionais que estão a trabalhar numa escola para irem, temporariamente, para outra, podem também reduzir os horários de alguns serviços, como o bar ou a biblioteca, libertando trabalhadores para outros setores.
“Podemos recorrer à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, que nos apoia colocando pessoas para colmatar estas ausências pontuais. As escolas têm reservas de recrutamento e podemos ir à lista contratar outros funcionários”, afirmou Filinto Lima, garantindo que “os diretores fazem tudo para evitar chegar a um caso dramático de fechar uma escola“.