‘Bajouca: A vida como suporte da obra’: mostra sobre bairro da Maia é inaugurada em Espanha na sexta-feira

A mostra é inaugurada no dia 2 de setembro, às 11h00, na Universidade Politécnica de Valência, Espanha.

A exposição intitula-se Bajouca: A vida como suporte da obra sobre a contribuição para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, através do Programa Bairros Saudáveis, numa obra de habitação Social de João Álvaro Rocha (1959 – 2014) na Maia.

Esta exposição comunica a experiência da execução de um projeto financiado pelo Programa Bairros Saudáveis no bairro de habitação Social da Bajouca (1997 – 2001), vinte anos depois de ter sido desenhado pelo arquiteto João Álvaro Rocha (JAR), e insere-o no contexto inicial da sua vasta produção deste tipo de habitação.

As atividades realizadas no âmbito deste Programa, durante 11 meses, contribuem para a concretização, à escala de bairro, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030, com especial enfoque na melhoria de condições de saúde, bem estar, qualidade de vida e capacitação das pessoas.

É dado testemunho do trabalho realizado com a comissão de moradores, constituída para o efeito, o qual consistiu na adição de balizas e tabelas de basquete aos postes de ténis no campo de jogos exterior existente, sessões regulares de exercício físico para jovens e menos jovens, formação em literacia informática para seniores e em agricultura biológica e alimentação sustentável, aproveitando a oportunidade gerada pela existência de 66 hortas previstas pelo arquiteto em fase de projeto e inauguradas em conjunto com as habitações.
A exposição inclui a versão curta de um filme que promove as boas práticas de conservação e manutenção da casa, com imagens obtidas no interior dos apartamentos e com os moradores como protagonistas.

É também dado notícia da troca de experiências com o projeto europeu Urbinat de co-criação de espaço público, através de alguns registos das reflexões das pessoas que integraram uma visita participada ao Bairro da Bajouca realizada sob orientação de coordenadores do projeto.
A exposição apresenta ainda um pequeno vídeo realizado pela Casa da Arquitetura sobre o Bairro da Bajouca e excertos de aulas do arquiteto na Escola de Arquitetura da Universidade de Navarra, onde lecionou 14 anos.
As atividades foram possíveis graças à candidatura promovida pela APJAR-Associação Pró-Arquitetura João Álvaro Rocha em parceria com a Espaço Municipal – empresa pública de gestão do património municipal da Maia e a Lipor – Serviço Intermunicipal de Gestão de Resíduos do Grande Porto ao Programa Bairros Saudáveis.

Trata-se de um Programa público, criado pelo Governo português em julho de 2020, de iniciativa da sociedade civil. De natureza participativa, tem por base a convicção de que a entrega de pequenas verbas diretamente à sociedade civil organizada leva à melhoria da qualidade de vida das pessoas e a qualificação dos territórios. Esta candidatura concorreu ao patamar de 50 000 euros de financiamento, o patamar mais elevado dos três possíveis, sendo os outros de 5000 e 25000 euros.

O Bairro da Bajouca é apresentado no contexto da produção de habitação social, que o arquiteto João Álvaro Rocha realizou entre 1995 e 2007, período em que construiu 10 conjuntos habitacionais, perfazendo mais de 450 fogos, no âmbito do Programa Especial de Realojamento criado pelo governo português em 1993 para erradicação das barracas. É exposto o processo de trabalho do arquiteto, nomeadamente o aperfeiçoamento do desenho de cada fogo, conquistando área útil para as habitações, a otimização das suas formas de associação, a resposta aos diferentes lotes e contextos urbanos, o rigor e sistematização construtivos, conseguindo uma redução de custos e ganhos em qualidade arquitetónica.

A APJAR é responsável, por delegação protocolada pela Câmara Municipal da Maia, proprietária do acervo do arquiteto, pela sua catalogação e preservação e por ações de divulgação e promoção. A APJAR tem como propósito promover a participação em arquitetura pelas comunidades locais e internacionais a partir da obra de João Álvaro Rocha.

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