A nadadora portuguesa Ana Catarina Monteiro acabou, na última madrugada, no 11.º lugar os 200 metros mariposa, falhando o acesso à final, mas conseguindo um resultado inédito na natação feminina lusa.
A vilacondense, de 27 anos, foi quinta na primeira meia-final, ganha pela norte-americana Hali Flickinger (2.06,23 minutos), ao terminar a distância em 2.09,82 minutos.
Ontem, já tinha feito história, ao avançar para a primeira semifinal da história da natação feminina portuguesa, ainda que saia de Tóquio2020 sem bater o recorde nacional, que a própria fixou já em 2018, de 2.08,03 minutos.
Ana Catarina Monteiro conseguiu o terceiro melhor resultado olímpico da natação portuguesa, apenas superado pela “lenda” das piscinas nacionais Alexandre Yokochi.
“É um misto de emoções, fui 11.ª nuns Jogos Olímpicos, a mais de um segundo e meio do meu melhor tempo, e isso mostra o nível de exigência dos mínimos e dos 200 metros mariposa. Claro que chegar à final era um sonho e ficou aqui mesmo ao lado, mas só posso estar orgulhosa do que fiz”, afirmou a nadadora.
“O meu recorde pessoal (02.08,03) chegava, mas o das outras também. Eu cheguei com o 13.º tempo e saio daqui com o 11.º, claro que fica sempre essa sensação, mas fiz o meu melhor tempo de uma época tão atípica em que senti muita, muita falta de competições internacionais. Isso, para mim, faz bastante diferença, porque nos 200 mariposa em Portugal nado praticamente sozinha, e sentia muita falta de competir e conseguir competir com as adversárias. Hoje, sinto que consegui fazê-lo e, portanto, foi mais um passo em frente. O trabalho vai continuar, porque continuo com muitos sonhos e muitos objetivos pela frente”, explicou.
Depois de viver uma meia-final, e ficar perto de igualar o feito de Alexandre Yokochi, o único português a disputar uma final olímpica, nos 200 metros bruços em Los Angeles1984, Ana Catarina Monteiro confirmou a que nível competir.
“Depois de chegar a este patamar, o objetivo não é andar para trás. Eu sou do tipo de pessoas que quer sempre mais. Os meus indicadores de treino estavam a ser os melhores de sempre, mas, lá está, faltava o ritmo competitivo e é nesse aspeto que tenho três anos para trabalhar. Se calhar, aumentar a competição internacional, estar mais vezes lado a lado com as melhores do mundo e chegar mais à vontade a este tipo de competição”, concluiu.