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O escritor Valter Hugo Mãe declarou apoio à recandidatura da atual presidente da Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz, e é o mandatário para a cultura na campanha do movimento independente NAU – Nós Avançamos Unidos.
A notícia causou surpresa, apesar de não ser a primeira vez que o “Prémio Saramago” declara apoiar um candidato às eleições autárquicas. Valter Hugo Mãe é apoiante de Vítor Paulo Pereira, presidente recandidato à Câmara Municipal de Paredes de Coura.
O autor aceitou o convite da presidente da Câmara de Vila do Conde numa “tentativa de criar voz para as estruturas culturais do município que precisam de apoio”.
“Não quero rigorosamente nada da autarquia que não queira um cidadão comum. Não tenho pedidos de apoio, não submeti projecto algum, não aceito qualquer cargo de qualquer natureza. Sou um escritor. Quero continuar a ser um escritor. A minha posição é livre, pessoalíssima, e tem que ver com reconhecer que Elisa Ferraz é fundamental para nos distanciarmos de um tempo que poderia ter terminado em esplendor mas que acabou por nos deixar memória de muito do pior clima político das nossas vidas”, garante.
Na cerimónia pública de campanha da NAU em que surgiu, o escritor lembrou que “tenho sido crítico com a gestão da Cultura em Vila do Conde desde sempre”, mas que “preciso de falar pelos artistas e trabalhadores da Cultura que me inspiram e cujas artes só podem acontecer em quadros de apoio público e institucional”.
Justificou ser mandatário para a cultura pela candidatura de Elisa Ferraz “porque lhe reconheço bravura, reconheço frontalidade, e reconheço capacidade para o debate, nunca se furtou a lidar com o diálogo e nunca se furtou a ser entrevistada…reconheço à Dra Elisa honestidade na gestão dos interesses públicos, tantas vezes enfrentando agressões vis por ser mulher, por se tornar independente e por nem sempre estar bem acompanhada”.
Valter entende estar numa posição isenta e confortável “para lhe pedir mais, para lhe pedir a coragem de mais na Cultura”.
“Estou aqui porque considero que não podemos voltar a um tempo de políticos intimidatórios, opressores, silenciadores, viciados na mentira, covardes incapazes da transparência do debate. E estou aqui para dizer frontalmente à Dra Elisa que não quero o que tem sido feito na Cultura em Vila do Conde, quero mais e acredito que a Dra Elisa está a comprometer-se com mais…”, justificou.