As urgências hospitalares e o setor privado vão poder passar baixas e algumas licenças por cancro poderão ser alargadas para três meses, anunciou hoje o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em entrevista ao jornal Expresso seis meses depois de ter entrado em funções, Fernando Araújo disse que vão ser levadas a cabo medidas para desburocratizar os cuidados de saúde primários.
O diretor-executivo lembrou que a primeira foi a da autodeclaração de doença para três dias, que já foi implementada.
“Numa segunda linha, vai ser possível adquirir baixas nos serviços de urgência, algo que estava vedado por lei. Neste momento está já em circuito legislativo um diploma que visa permitir que os hospitais possam emitir baixas médicas, de forma a impedir que um doente parta uma perna, vá para casa, e depois tenha de ir ao médico de família para alguém lhe passar a baixa”, adiantou.
O responsável destacou também que será possível obter baixas médicas no setor privado, que também estava vedado, adiantando que o que se pretende é que estas medidas sejam “uma realidade este ano”.
Fernando Araújo avançou ainda que outra medida é que algumas baixas para doenças como cancros sejam alargadas para três meses.
“O objetivo é que os doentes não tenham de ir todos os meses ao médico de família renovar a baixa. Estamos neste momento a trabalhar também em relação aos certificados médicos para obtenção de cartas de condução. No mês de julho iniciar-se-ão dois projetos-piloto em duas Unidades Locais de Saúde (ULS), a de Matosinhos e a do Alto Minho”, contou.
Fernando Araújo explicou que, em vez de o doente ir ao médico de família, nas Unidades Locais de Saúde haverá um espaço para esse fim.
Na entrevista, o responsável avançou igualmente com duas medidas relacionadas com as farmácias.