A Operação “Sorrisos e Esperança”, organizada pela Câmara Municipal da Maia, por vontade expressa do seu Presidente, Eng. António Domingos da Silva Tiago e pelo especial e dedicado empenho da sua Vice-Presidente, Dra. Emília Santos, teve como objetivos proceder à entrega de 24 toneladas de bens necessários à população no território ucraniano, trazer para Portugal mais de meia centena de cidadãos ucranianos – crianças e jovens acompanhadas pelas suas mães e idosos -, e proceder ao acompanhamento institucional à chegada, dessas pessoas, ao nível do SEF, ministério da saúde e ministério da educação.
A missão, que eu tive o privilégio de acompanhar, enquanto representante da Câmara Municipal da Maia, foi enquadrada pelo Serviço Municipal de Proteção Civil da Maia, através do COM, Dr Pedro Teixeira, e foi acompanhada por um médico, uma enfermeira e uma tradutora, que evidentemente, contribuíram para que a mesma decorresse com sucesso e sem percalços de maior, além de muitos outros funcionários do Município e cidadãos voluntários, que na Maia se encarregaram de toda a pesada logística e foram imprescindíveis para que tudo corresse conforme o previamente planeado.
Foi uma missão que envolveu a sociedade civil maiata – cidadãos generosos e voluntariosos, instituições de solidariedade empenhadas e empresas com elevado sentido da sua responsabilidade social, sem esquecer as Escolas e as Juntas de Freguesia – e que serve de exemplo não só de solidariedade, mas também de como este tipo de missões devem ser organizadas e concretizadas.
Faço aqui uma menção especial aos Rotários da Maia que se mobilizaram no sentido de Rotários alemães, franceses e bascos procederem a um apoio notável, ao nível de alimentação e repouso, durante a viagem de regresso para todo o grupo, e também às empresas de transporte Garland e Maia Transportes que foram instituições fundamentais para toda a operação.
Missões de resgate de refugiados, sobretudo refugiados de guerra, não devem ser feitas sem enquadramento institucional, sob pena de correrem mal e de se transformarem num problema para os resgatados, para os resgatantes e para as comunidades que os acolhem.
Missões sem enquadramento são alvos fáceis para as redes mafiosas de tráfego humano e de roubos, e podem tornar-se um pesadelo a acrescer ao pesadelo de gente que foge para salvar a vida, que vê o seu território destruído por uma guerra e que tem a vida completamente desestruturada.
Do ponto de vista pessoal, esta missão constituiu uma experiência inesquecível, de muito difícil verbalização, e que aprofundou os meus conhecimentos sobra a complexa natureza humana.
Mário Nuno Neves
