Quase meia centena de enfermeiros concentraram-se hoje junto à residência oficial do primeiro-ministro para exigir que o Governo “cumpra as promessas” quanto à contabilização dos pontos para progressão de carreira e abertura de concursos.
“A promessa foi feita em outubro do ano passado, foi reassumida no âmbito do programa eleitoral e da campanha eleitoral e, até ao momento, não há qualquer desenvolvimento”, lamentou o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) em declarações aos jornalistas.
Em concreto, José Carlos Martins referia-se à contabilização dos pontos para efeitos de progressão na carreira e o que o sindicato reivindica é que o Ministério da Saúde emita orientações às instituições para informar os profissionais de todos os pontos.
Rui Marroni é um dos profissionais afetados por esse atraso. Enfermeiro há 36 anos, está desde janeiro de 2019 a aguardar para passar para outro escalão remuneratório.
“Estamos em 2022, já passaram três anos, e ainda não obtive essa correção. Aliás, como algumas centenas, talvez milhares, de enfermeiros em todo o país que estão nessa situação”, disse à Lusa.
Já Nuno Lourinho não tem qualquer ponto contabilizado, por não estar vinculado à administração pública e ter antes um contrato individual de trabalho. Por isso, as desigualdades entre os dois tipos de vínculos foram o principal motivo para ter viajado do Porto até Lisboa para se juntar ao protesto.
“Dois vínculos para a mesma profissão, para profissionais que desempenham exatamente as mesmas funções, com as mesmas responsabilidades… É injusto e tem de ser eliminado”, defendeu.
Por outro lado, é igualmente afetado por outra das situações que o SEP quis levar hoje ao primeiro-ministro: Os atrasos na abertura de concursos para as categorias de enfermeiro especialista e enfermeiro gestor.