O município de Vila do Conde anunciou que vai investir cerca de sete milhões de euros num plano de ação direcionado para as comunidades locais desfavorecidas. O objetivo é apoiar mais de 50 mil pessoas.
A iniciativa, que conta com 5,6 milhões de euros de fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência [PRR] e 1,4 milhões de investimento direto da Câmara, pretende promover a coesão territorial e social, apoiando a população de diversas faixas etárias, mas também as comunidades de imigrantes que se instalaram no concelho. “É um programa que se destina aos setores mais frágeis da nossa comunidade, desde a primeira infância e adolescência, até à população sénior e imigrantes. É uma mudança de paradigma na resposta às necessidades dos mais desfavorecidos”, começou por explicar o presidente da Câmara de Vila do Conde, Vítor Costa, na apresentação do plano.
O autarca detalhou que o projeto, que nesta primeira fase, até ao final de 2025, será promovido pela câmara, mas em parceria com a comunidade educativa, instituições de cariz social, associações, empresas, forças de segurança e setor da saúde. “Será uma resposta integrada, desenvolvida por várias entidades. Queremos que o plano vá até às pessoas, e não o contrário. Sendo comunidades desfavorecidas, temos de fazer chegar estes instrumentos de apoio junto da população, tomando a iniciativa de as ajudar a sair de um nicho de exclusão social”, afirmou Vítor Costa.
Nas várias rubricas deste plano de ação contam-se iniciativas no âmbito da promoção do sucesso educativo, da saúde mental, do desporto, cidadania, integração social e economia verde, entre outros, com o objetivo final de mitigar índices de pobreza e exclusão.
Segundo o secretário de Estado do Planeamento, também presente da cerimónia de apresentação, o novo programa prova que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “está em movimento e não é algo abstrato”. “Este investimento, em particular, inscreve-se na primeira dimensão do PRR, na vertente da resiliência, tendo um impacto ainda mais direto na vida das pessoas, nestas questões sociais. Espelha a natureza complementar do plano, que, com o contributo das autarquias e dos fundos comunitários, nos permite dar estes apoios de forma inovadora”, disse Ricardo Pinheiro.
O governante considerou que a execução deste programa em Vila do Conde mostra que “no PRR não há tempo para hesitações”, apontando que os municípios “têm varias ações preponderantes no PRR, não só com beneficiários diretos mas também com parceiros nas respostas às questões socais”.
O secretário de Estado do Planeamento lembrou que o aumento da verba destinada a Portugal para o PRR, que passou de 16,6 mil milhões de euros para 22,6 mil milhões, representa “mais oportunidades”, mas apontou que o “prazo de execução é o mesmo, sendo preciso manter o passo”. “A execução dos pagamentos do PRR [correspondentes à verba de 16,6 mil milhões de euros] é de 13% a nível nacional. Neste primeiro semestre já temos assistido a um acréscimo desses pagamentos, o que representa obra e atividade, partilhou Ricardo Pinheiro.