Pelo menos 8209 pessoas encontravam-se em situação de sem abrigo no final do ano passado. Dessas, 4786 (58,3%) viviam na Área Metropolitana de Lisboa (AML), segundo o inquérito de caracterização divulgado ontem, pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS).
De acordo com o inquérito de caracterização, referido a 31 de dezembro de 2020, 3420 pessoas não tinham teto, isto é, viviam na rua, em jardins, sob viadutos e outros espaços públicos, e 4789 estavam em centros de acolhimento temporário.
O documento foi elaborado no âmbito da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem Abrigo 2017-2023, com base em respostas de 275 dos 278 municípios de Portugal continental.
O concelho de Lisboa lidera os municípios com maior número de pessoas em situação de sem abrigo, com 3780, seguindo-se o Porto, com 590, e Beja, com 324. O Norte também está longe da AML, com um total de 1603 sem-abrigo.
Na Área Metropolitana do Porto, registavam-se 1213 pessoas, sendo Vila Nova de Gaia, com 185 o segundo município com mais casos, seguida de Vila do Conde, com 68.
A dependência do álcool ou substâncias psicoativas, desemprego ou precariedade no trabalho e insuficiência financeira associada a outros motivos são as três principais causas da situação de sem abrigo.