O Curtas Vilas do Conde regressa este fim de semana e, de 08 a 16 de julho a 31.ª edição apresenta, nas duas principais secções competitivas (internacional e nacional), um conjunto de 45 filmes.
O Festival de cinema de curta metragem arranca sábado à tarde, com uma longa-metragem em antestreia nacional ‘20 000 Espécies de Abelhas’, – a primeira obra da realizadora espanhola Estibaliz Urresola Solaguren.
A atriz protagonista, Sofía Otero, com apenas nove anos de idade, conquistou o Urso de Prata para Melhor Interpretação na edição deste ano do Festival de Berlim. O filme, que será exibido no sábado, pelas 19h00, tem estreia comercial marcada para 20 de julho.
Em competição este ano, o festival de Vila do Conde apresenta uma seleção diversificada pontuada pelos regressos de cineastas já premiados no festival, como Basil da Cunha (com 2720) ou Mário Macedo (que concorre com Cul-de-Sac), mas também por habitués como Pedro Neves (Sonhos de Uma Revolução), Pedro Bastos (Flyby Kathy) ou Nuno Amorim (Olha), sem descurar o lugar para os estreantes, de que são exemplo David Ferreira (Campos Belos), Mónica Lima (Natureza Humana) ou Susana Abreu (Vapor). Aliás, em tempos mais recentes, o Curtas Vila do Conde tem sido também espaço privilegiado para a revelação de jovens talentos.
Na página internacional, também em competição, há novas obras de autores consagrados e de talentos emergentes do cinema mundial, os veteranos estão representados por filmes de nomes como Lucrecia Martel (Camarera de Piso), Carla Simón (Carta a Mi Madre para Mi Hijo), Antonin Peretjatko (Les Algues Maléfiques), Jean-Gabriel Périot (L’Effort des Hommes), Théo Dégen (com Alice and the Sunflowers, correalizado com Charlotte Muller) ou a dupla já experimentada composta pelo alemão Benjamin de Burca e pela brasileira Bárbara Wagner (com Fala da Terra). Já do lado dos novos realizadores, estão no cartaz as obras das francesas Sarah-Anaïs Desbenoit (Phalène) e Julia Kowalski (J’ai Vu le Visage du Diable), do franco-alemão Lucas Malbrun (Margarethe 89), do egípcio Morad Mostafa (I Promise You Paradise), do chinês Zhang Dalei (All Tomorrow’s Parties), do italiano Francesco Sossai (The Birthday Party) ou da espanhola Irati Gorostidi Agirretxe (Contadores).
A programação de filmes de produção nacional inclui também uma sessão especial com as três curtas que integraram o programa The Factory, exibido no Festival de Cannes e organizado pela Quinzena dos Realizadores, que teve como foco o norte de Portugal: Espinho, de André Guiomar e Mya Kaplan, Maria, de Mário Macedo e Dornaz Hajiha, e As Gaivotas Cortam o Céu, de Mariana Bártolo e Guillermo Garcia Lopez. Em Panorama Nacional, passam Pátio do Carrasco, de André Gil Mata, Naquele Dia em Lisboa, de Daniel Blaufuks, e O Homem das Pernas Altas, de Vítor Hugo Rocha.
No Cinema Revisitado o destaque é a obra do fotógrafo, diretor de fotografia e realizador Augusto Cabrita (1923-1993), com uma série de sessões, conversas e uma exposição que sublinham o seu “olhar atento à expressividade das paisagens, naturais ou industrializadas”.
No que toca à memória mais recente, a secção New Voices, destinada a celebrar e destacar as criações de jovens cineastas, lança este ano um olhar sobre as obras do português João Gonzalez, com uma carta-branca que inclui filmes do realizador, algumas escolhas e a exposição Ice Merchants: do Subconsciente ao Ecrã, e contempla também a obra da cineasta basca Estibaliz Urresola Solaguren.