Há já duas décadas que é assim. Apesar dos preparativos para a Queima do Judas começarem muito tempo antes, por estes dias e sob o comando da associação cultural Nuvem Voadora, a azáfama é maior.
Dezenas de pessoas estão envolvidas na organização e nos ensaios do espetáculo do próximo dia 19 abril, sábado de aleluia.
O tema desta edição é exatamente “20 Primaveras”.
A festa que tem o alto patrocínio da Câmara Municipal de Vila de Conde, envolve várias associações e entidades, além de dezenas de particulares.
Esta festa é um acontecimento comunitário, onde habitantes e artistas criam, em uníssono, laços, conhecimento e memórias através da linguagem contemporânea do circo e do teatro, da música e das artes plásticas.
As oficinas artísticas são o laboratório humano e criativo destas experiências que, este ano, se materializam durante os meses de março e abril. Neste momento, a Nuvem Voadora já se encontra a trabalhar a dramaturgia que irá dar corpo à performance coletiva de cerca de 200 participantes da edição “20 Primaveras”.
Cada edição da Queima do Judas é dedicada a um tema e homenageia um artista ou comunidade ligados a Vila do Conde. Ao longo de 20 anos, muitos foram os nomes e elementos que inspiraram o imaginário deste acontecimento. Bacalhau, rendas de bilros, o aqueduto da cidade, o mercado municipal e os antigos estaleiros navais foram alguns dos temas que ficaram gravados para sempre no álbum de memórias do evento.
Também foram figuras centrais os escritores Agustina Bessa-Luís, José Régio, o poeta-carpinteiro, Joaquim Moreira da Silva, e também a população chinesa (Vila do Conde concentra a maior comunidade do país) e os emigrantes. A edição de 2025 é uma revisitação original dos momentos, personagens e performances mais marcantes.
Segundo Pedro Correia, diretor da Nuvem Voadora, a celebração deste ano será também “uma homenagem à comunidade e um agradecimento profundo a todas as pessoas que participaram generosamente ao longo destas duas décadas e tornaram tudo isto possível”.