Sinistralidade baixou nos primeiros nove meses de 2022 em comparação com pré-pandemia

Sinistralidade baixou nos primeiros nove meses de 2022 em comparação com pré-pandemia
Foto de Twitter UTD Report

Os indicadores de sinistralidade baixaram nos primeiros nove messe do ano passado, em comparação com 2019, ano de referência para monitorização, com menos acidentes (-7,6%), vítimas mortais (-1,9%), feridos graves (-0,2%) e leves (-10,6%), indica um relatório hoje divulgado.

O documento da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) refere que, no total, se registaram entre janeiro e setembro de 2022 no Continente e nas Regiões Autónomas 25.372 acidentes com vítimas – 359 mortos, 1.890 feridos graves e 29.785 feridos leves.

Estes valores representam uma quebra comparativamente a 2019, ano de referência para monitorização das metas fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal, uma vez que em 2020 e em 2021 houve quebras significativas na circulação rodoviária por causada pandemia, refere o relatório.

O documento hoje divulgado refere ainda que, relativamente a 2021, em 2022 registou-se um aumento da circulação rodoviária, “com o correspondente acréscimo no risco de acidente, como se pode concluir do aumento de 10,9% no consumo de combustível rodoviário até setembro” e “do crescimento de 30% no tráfego das autoestradas registado no primeiro semestre”.

Em Portugal continental, entre janeiro e setembro do ano passado, registaram-se 24.310 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 353 mortos, 1.760 feridos graves e 28.571 feridos leves, o que representa uma quebra relativamente aos primeiros nove meses de 2019, mas uma subida no que se refere ao período homólogo.

A colisão foi a natureza de acidente mais frequente (52,5% dos acidentes) e os despistes, que representaram 34,8% do total de acidentes, corresponderam à principal natureza de acidente na origem das vítimas mortais (48,4%).

Em termos de variação homóloga, nas vítimas mortais verificaram-se aumentos em todas as categorias, sobretudo nos passageiros (+59,1%), passando de 44 em 2021 para 70 em 2022.

Relativamente ao número de feridos graves, o aumento mais significativo ocorreu também nos passageiros (+46,4%). Os peões registaram aumentos de 18,4% nas vítimas mortais e de 11,6% nos feridos graves.

Considerando as vítimas por categoria de veículo nos primeiros nove meses de 2022, o relatório indica que 54,5% das vítimas se deslocava em veículo ligeiro, enquanto 24,9% circulava em ciclomotores ou motociclos e 7,1% em velocípedes.

Entre janeiro e setembro de 2022, a sinistralidade dentro das localidades correspondeu a 78,7% dos acidentes, 44,8% das vítimas mortais, 63,4% dos feridos graves e 76,9% dos feridos leves.

Quanto à distribuição geográfica, verificou-se um aumento no número de acidentes em todos os distritos, mais acentuado na Guarda (+29,7%) e em Viana do Castelo (+25,0%).

A criminalidade rodoviária aumentou 27,3% nos primeiros nove meses do ano passado, em comparação com período homólogo, com 23.400 condutores detidos, mais de metade (55%) por conduzirem sob o efeito do álcool.

O relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) relativo ao período entre janeiro e setembro de 2022 indica ainda que 33,6% das detenções ocorreram por falta de habilitação legal para conduzir.

Relativamente à fiscalização rodoviária, nos primeiros nove meses de 2022 foram fiscalizados 97,5 milhões de veículos (+10,4% do que em 2021), mas as infrações (mais de 832 mil) baixaram 3,6% relativamente ao ano anterior.

A taxa de infração (n.º de infrações/n.º de veículos fiscalizados) foi de 0,77%, uma redução de 16,2% relativamente à registada em 2021 (0,92%).

Quanto ao tipo de infrações, 65,6% foi referente a excesso de velocidade, indica o relatório da ANSR, que aponta para uma diminuição em quase todas as tipologias: -19,8% pela utilização do telemóvel, -15,7% pela não utilização de sistemas de retenção para crianças e -12,7% pela não utilização do cinto de segurança.

Contudo, a condução sob efeito de álcool evidenciou um aumento expressivo (+42,3%), “em grande medida como consequência da queda acentuada do ano anterior”, refere.

O número de condutores que perderam pontos na carta de condução foi superior a 510 mil nos primeiros nove meses de 2022.

Desde a entrada em vigor do sistema de carta por pontos, em junho de 2016, 2.250 condutores viram cassado o seu título de condução, acrescenta o documento.

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