Presidente da Câmara de Vila do Conde admite mais auditorias ao mandato de Elisa Ferraz

Presidente da Câmara de Vila do Conde admite mais auditorias ao mandato de Elisa Ferraz
Elisa Ferraz / Vítor Costa

O presidente da Câmara de Vila do Conde admite a possibilidade de promover uma auditoria à atividade municipal do executivo anterior, nos pelouros das obras e urbanismo.
O socialista Vítor Costa revelou “preocupação” com algumas decisões tomadas pelo executivo liderado pela sua antecessora, a independente Elisa Ferraz, considerando ser preciso “averiguar com factos concretos e não apenas por perceções”.
“Temos tido um conjunto de surpresas, e não coloco de fora a possibilidade de a auditoria que vamos fazer às contas ser abrangente e entrar noutros setores, nomeadamente nas obras e urbanismo. Há a preocupação que algo pode ter corrido mal”, afirmou o edil.
Vítor Costa abordou o assunto, num encontro com a comunicação social onde falou dos primeiros ‘100 dias de mandato’, e apesar de dizer que “não quer fazer qualquer caça às bruxas” deu um exemplo de um projeto imobiliário que começou a ser desenvolvido nas antigas instalações da fábrica de conservas Belamar, mas cuja obra foi agora embargada pelo seu executivo.
“A obra estava a decorrer numa parcela do município, de mais de 470 metros quadrados, que estava integrada no projeto. É preciso que a situação seja esclarecida. A Câmara tem interesse que se avance, mas é preciso arranjar uma solução e tem de haver apuramento de responsabilidades”, disse o autarca.
Sobre a auditoria às contas do município, Vítor Costa partilhou que “o processo de escolha pública da empresa responsável pelo trabalho já se iniciou”, acreditando que em “abril já deve haver alguns resultados”.
O presidente da Câmara de Vila do Conde repetiu que encontrou uma “situação financeira muito preocupante no município”, justificando a contratação de três empréstimos, num valor total de um 3,5 milhões de euros.
“Sem um destes empréstimos [no valor de 1,5 milhões de euros], deixaríamos de pagar as despesas mais elementares, como água e luz, colocando em risco o funcionamento da estrutura municipal. Temos de suprir grandes dificuldades de tesouraria”, disse Vítor Costa.
O autarca reiterou que os outros dois créditos, cada um no valor de um milhão de euros, servirão para pagar compromissos com duas obras: o Centro Comunitário de Caxinas e a remodelação e ampliação do Bairro do Farol, que foram lançados no executivo anterior.
“A Câmara Municipal não tem dinheiro para pagar as obrigações dessas obras. Acho incompreensível que não as tenha candidatado a fundos comunitários. No caso do Bairro do Farol foi a pressa eleitoral, de querer mostrar obra a todo o custo, e por essa opção serão os vilacondenses a pagar”, acusou Vítor Costa.
O movimento independente NAU, da anterior presidente de Câmara Elisa Ferraz, já tinha pedido esclarecimentos sobre a auditoria que o atual executivo pretende fazer, rejeitando as críticas sobre as alegações de que teria deixado um buraco financeiro de 13 milhões de euros.
“Sem qualquer preocupação, respeito ou pedido de esclarecimentos, [Vítor Costa] lançou publicamente uma suspeição sobre a idoneidade dos que exerceram funções nesse período. Teve o cuidado de propagar esta infame suspeita em todos os meios de comunicação social sabendo o quanto feria aqueles que pelos vilacondenses, tal como o atual presidente e respetivo executivo, foram democraticamente eleitos”, pode ler-se num comunicado emitido pela NAU, na semana passada.
O movimento independente NAU sublinhou que “desde o primeiro momento apoia vivamente a realização [da auditoria], tendo inclusivamente proposto que o período de alcance da mesma seja entre os anos de 2005 até 2021”.

Partilhar:
Subscreva a nossa Newsletter