Presidente da Câmara da Maia assegura “não haver nada a devolver” ao FC Porto

Foto A Santos

O presidente da Câmara da Maia garantiu hoje “não haver nada a devolver” ao FC Porto pela desistência da compra dos terrenos para a nova academia do clube, assegurando que o projeto para aquela área – Parque Metropolitano da Maia – “não está afetado”.

Num encontro com jornalistas, na Quinta dos Cónegos, Silva Tiago assegurou que os 680 mil euros pagos, em fevereiro, pela SAD do FC Porto como sinal para a compra em hasta pública de 14 parcelas de terrenos neste concelho, por um total de 3,4 milhões de euros, “ficam para o município”.

A anterior direção da SAD do FC Porto, liderada por Pinto da Costa, apresentou um projeto para uma nova academia na Maia, para onde seria transferida a atividade do Olival, em Vila Nova de Gaia, com campos, residência para atletas, um pequeno estádio, entre outras valências, tendo adquirido os terrenos para o efeito e pago um primeiro sinal, mas o problema é que a SAD falhou o segundo pagamento.

O autarca explicou: “Recebemos o primeiro sinal no ato da adjudicação, 680 mil euros, e depois havia um prazo para entregar um reforço de 510 mil. Na altura, a SAD anterior entregou o cheque, o cheque não teve provimento, esperou-se um bocado, depois houve as eleições para a SAD [do FC Porto] e esperamos uns dias. Foi-nos dito, já com a nova direção, que iam criar condições para que o cheque tivesse provimento, nós aguardámos, o banco aguardou, mas isso não veio a acontecer”.

E continuou: “Eu tive uma conversa com o novo presidente da SAD [André Villas Boas] que me deu conta que ia criar essas condições, mas depois isso não aconteceu. Foi-me dito que a SAD não teria condições para avançar agora com o projeto e nós compreendemos”.

Na segunda-feira, em comunicado, a SAD do FC Porto anunciou que abdicava de construir a academia na Maia porque “o clube não teria nesta fase possibilidades financeiras de dar continuidade ao processo tendente à aquisição dos terrenos em causa”.

Questionado sobre o destino do valor já pago, Silva Tiago defendeu que “não há nada a devolver”.

“O negocio ao cair nós ficamos com o sinal e ficamos com os terrenos, é isso que dizem as condições e nós não podemos subverter aquilo que colocamos nas condições da hasta pública”, especificou Silva Tiago.

Sobre a não concretização do negócio, o autarca admitiu que ficou “um bocadinho triste”. Logicamente, acrescentou, “não posso dizer que vou para o S. João duplamente alegre”.

Uma coisa é certa, o autarca afiançou “o projeto para aquela área não está em causa”. Para aquela zona existe já aprovado um projeto de 357 hectares para “o maior parque metropolitano do país, o projeto existe e vai além do que era a academia. A academia do FC Porto ficaria no parque desportivo Norte, que continua a existir, e relembro até que existe também um Parque Desportivo reservado para o Boavista também lá fazer a sua academia”.

Silva Tiago (PSD/CDS-PP) aproveitou ainda para reforçar que todo o processo “correu dentro de toda a legalidade”.

“A Câmara da Maia cumpriu integralmente a lei. As notícias que saíram são tudo mentira, uma falsidade completa levantada por alguém incompetente e ignorante que não sabe ler a lei e lançou uma mentira, tirou valor ao município e descredibilizou os funcionários da Câmara”, reagiu Silva Tiago.

No final de maio, o vereador eleito pelo PS para o executivo maiato, Maia Francisco Vieira de Carvalho, em declarações ao jornal Público, afirmou que o leilão de venda daqueles terrenos ao FC Porto foi à “hasta pública mais rápida de sempre”.

O vereador acusou o executivo de Silva Tiago de não ter esperado pela aprovação da Assembleia Municipal do negócio para comunicar oficialmente a aprovação daquela hasta pública, permitindo a publicação do negócio em Diário da República poucas horas após a deliberação.

Partilhar:
Subscreva a nossa Newsletter