A PJ e o Fisco puseram fim a uma rede que se dedicava a fraude organizada no setor têxtil e que terá rendido aos criminosos 7,5 milhões de euros.
O fisco e a PJ desmantelaram, esta quarta-feira, dia 21 de julho, uma rede de fraude organizada que operava no setor da indústria têxtil, cujo esquema terá resultado na obtenção de vantagens patrimoniais ilegítimas em impostos e subsídios no valor de 7,5 milhões de euros.
No decurso da operação “Trapos”, as autoridades realizaram 26 buscas domiciliárias e não domiciliárias no Porto, Penafiel, Maia, Matosinhos, Viseu, Guimarães, Marco de Canaveses, Ponte de Lima, Trofa e Gouveia, tendo ainda executado sete mandados de detenção fora de flagrante delito, que tiveram como alvos empresas e pessoas que operam no setor industrial, sobre as quais recaem suspeitas de prática dos crimes de fraude fiscal qualificada, burla tributária, fraude na obtenção de subsídio e branqueamento de capitais.
“Este esquema delituoso sustenta-se na existência de diversas sociedades geridas, de facto, por um único indivíduo, que socorrendo-se do auxílio de funcionários, contabilistas e os chamados ‘testas de ferro’, através de um complexo sistema de faturação cruzada, da utilização de diversa faturação falsa, e da realização de negócios não faturados, logrou obter vantagens patrimoniais ilegítimas em sede de IRC e IVA, bem como ainda obter subsídios de forma ilegítima”, explicou a AT.
“O valor global dessas vantagens patrimoniais ilegítimas estima-se, por ora, em cerca de 7,5 milhões de euros, verificando-se que os proventos desta atividade delituosa são branqueados com a realização de negócios no setor imobiliário”, referiu a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), em comunicado.
Os arguidos detidos foram sujeitos a primeiro interrogatório judicial, tendo sido decretadas medidas de coação que “consistem em prestação de cauções económicas, proibição de contactos, apresentações periódicas em postos policiais e proibição de exercício de funções”. Mais ainda, foi decretado o “arresto preventivo de diversos imóveis pertencentes a uma das empresas arguidas cujo valor global foi fixado em 2.486.649,96 euros”.