Paróquia de Silva Escura que recebeu evento nazi julgava ser apenas um concerto de rock

Foto Facebook Paróquia Santa Maria Silva Escura

 

O Grupo Blood & Honour organizou um festival de música na paróquia de Silva Escura, no concelho da Maia. Mas o pároco terá sido apanhado de surpresa com todo o frenesim que o evento viria a causar. Segundo o jornal Expresso, a Diocese do Porto diz-se surpreendida e confirma o desconhecimento do pároco sobre a ideologia neonazi dos promotores do evento.

O padre José Augusto Oliveira, em declarações ao Expresso, afirmou-se surpreendido por ter recebido na sua paróquia um evento de cariz neonazi. E garante que pensava tratar-se de um concerto de rock, sem qualquer tipo de ideologia extremista. Sublinhou que “pode acontecer a qualquer um mais distraído. Nós estávamos distraídos e aconteceu”, admitiu o sacerdote ao Expresso.

O Padre José Augusto explicou que o pedido para utilização do espaço chegou por email e que todos os procedimentos legais foram cumpridos.
De acordo com o pároco terá sido uma cedência de espaço a uma empresa e não um aluguer formal, explicando que é o habitual procedimento e que as entidades organizadoras depois dão uma oferta para ajuda das obras.

 

A Diocese do Porto, também contactada pelo Expresso, declarou “absoluto desconhecimento” sobre a ideologia neonazi dos promotores.

O grupo Blood & Honour, criado no Reino Unido nos anos 80, tem um longo historial de violência estando associado a movimentos neonazis em vários países. Em Portugal, realiza há cerca de uma década festivais.

 

No passado fim de semana, decorreu também na Maia, na freguesia de Moreira, o III Congresso do movimento Reconquista, um grupo que promove uma agenda nacionalista. O evento aconteceu no Pavilhão Maia Sport.
O clube desportivo afirma que tem sido alvo de ameaças, mas que apenas se limitou a respeitar a liberdade de expressão, sublinhando que o congresso decorreu dentro da legalidade.

Em comunicado nas redes sociais, o Maia Sport, clube e entidade gestora do complexo onde teve lugar o III Congresso do movimento Reconquista, refere que a autorização da utilização do pavilhão se baseou “na legalidade que os promotores possuam” e não nas convicções políticas.
Ainda assim, e para evitar futuro alarido social, o clube entende não voltar a permitir eventos políticos no futuro.

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