Orquestra Clássica da Maia realizou concerto memorável

Foto DR

Integrado no evento “Maia Symphonic”, organizado pela Casa da Música, numa parceria com a Câmara Municipal da Maia – Cultura, realizou-se no domingo, dia 21, às 19h00, um concerto que pelo seu caráter inaugural e único, se constituía desde logo como um acontecimento cultural inédito. Inédito porque a Orquestra Clássica da Maia (OCM) teve a dita de ter sido a primeira formação orquestral local, a dar um concerto ao ar livre e em pleno centro da cidade.

Depois de, no dia anterior, a Orquestra Sinfónica do Porto – Casa da Música ter subido ao mesmo palco, para um concerto de excelência, com um programa de enorme qualidade, com obras criteriosamente selecionadas e interpretadas por um elenco efetivo, constituído por músicos profissionais competentíssimos e categoricamente dirigidos pelo Maestro Cláudio Ferreira, a OCM, claramente inspirada pelo estimulante desafio de participar no Maia Symphonic 2024, meteu mãos à obra e fez história.

No programa do concerto histórico que a OCM proporcionou ao imenso público que lotou o cadeiral instalado no grande átrio da Praça do Doutor José Vieira de Carvalho, preenchendo igualmente todos os espaços envolventes, num recorde de audiência estimado pela organização em aproximadamente 1500 pessoas, constavam obras de P. Tchaikovsky (Abertura do Ballet “Lago dos Cisnes”), S.Prokofiev (Dança dos Cavaleiros do 1º Ato de “Romeu e Julieta”), E. Grieg, (“A Manhã” e “Na Gruta do Rei da Montanha” da Suite Nº1 OP.46 “Peer Gynt”), Luís Freitas Branco, (Fandango da “Suite Alentejana Nº 1”), Arturo Marquez (“Danzon Nº 2”) e J. Brahms (“Dança Húngara Nº1”).

A grande surpresa do concerto

Terminada a interpretação das obras programadas, face ao entusiasmo do público que não arredava pé da praça, o Maestro Pedro Sousa presenteou a vastíssima audiência com dois encores, sendo o primeiro constituído pelo Poema Sinfónico “Maia Urbanitas”, do compositor maiato Victor Sampaio Dias, presente no concerto.

Liliana Moreira, na apresentação da Obra, citou: – “ Maia Urbanitas” é um poema sinfónico que evoca os diversos momentos da paisagem urbana, desde o bulício do despertar da cidade, as suas dinâmicas vivenciais ao longo do dia, numa fortíssima afirmação da sua identidade cultural, contrastando com outras atmosferas mais idílicas, em que a noite, representada por um momento de valsa, traz um colorido orquestral que pretende anunciar a invulgar capacidade de sonhar dos maiatos, a sorrir para a vida, e a acreditar num futuro de confiança e de harmoniosa felicidade…”.

A Fundação Conservatório de Música da Maia, entidade promotora da Orquestra Clássica da Maia, referiu que este concerto histórico teve também o propósito de encerrar oficialmente o programa das comemorações dos 25 anos do Conservatório de Música da Maia, estabelecimento de ensino artístico especializado na Música que está, este ano, a celebrar as suas Bodas de Prata, na prestação de um serviço público às crianças, jovens e famílias da comunidade concelhia e da região.

Um serviço traduzido numa educação artística especializada na Música, cuja qualidade e validade esteve patente no palco, onde se contavam no elenco da OCM, quer atuais alunos do Conservatório de Música da Maia, como antigos estudantes que por lá passaram e que hoje, ou estão no ensino superior da Música, ou são já profissionais muito afirmados, que ali estavam lado-a-lado com outros músicos experientes e muito tarimbados e com carreiras publicamente reconhecidas. Em comum, todo aquele potencial de talento artístico tinha a sua condição da naturalidade, residência ou trabalho na Maia, facto que densifica a identidade cultural deste projeto.

Na mensagem publicada no programa de mão distribuído no concerto, o presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago, refere-se ao evento como “um acontecimento cultural histórico”, acrescentando, a propósito dos 25 anos do Conservatório de Música da Maia e dos projetos que atualmente promove, “em boa hora tive a lucidez de designar para o Conselho Diretivo da Fundação Conservatório de Música da Maia, a minha vice-presidente na Câmara Municipal, Emília Santos, nomeando para a coadjuvar, dois maiatos de enorme craveira intelectual e conhecimento musical, o compositor Victor Sampaio Dias e o regente coral António Alves Ferreira, duas personalidades do mundo da Cultura, muito conceituadas e acarinhadas localmente, facto que muito me enche de orgulho e satisfação pessoal e institucional…”.

 

(Texto: A.M.D.)

Partilhar:
Subscreva a nossa Newsletter